Ataques paramilitares provocam mais de 200 mortes no Sudão
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Mais de 200 civis morreram nos últimos três dias em ataques cometidos por paramilitares em duas localidades no sul do Sudão, afirmou nesta terça-feira (18) um grupo de advogados pró-democracia.
O Sudão está mergulhado em uma guerra desde abril de 2023 entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), comandados pelo general Mohamed Hamdan Daglo, e o Exército regular, com o general Abdel Fatah al Burhan à frente, e líder ‘de facto’ do país, um dos mais pobres do mundo.
Os paramilitares das FAR “atacaram civis não armados em zonas sem presença militar” nas localidades de Al Kadaris e Al Khelwat, no estado de Nilo Branco, declarou este grupo de advogados que documenta as violações de direitos humanos desde o início da guerra civil.
As FAR realizaram execuções sumárias, sequestros e saques generalizados, segundo a mesma fonte, que acrescentou que os ataques deixaram centenas de feridos e desaparecidos.
Os habitantes foram alvo de disparos quando tentavam fugir cruzando o rio Nilo, onde alguns se afogaram, indicou o grupo, que qualificou os ataques como atos de “genocídio”.
Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a organização recebeu “relatos terríveis segundo os quais dezenas de mulheres foram violentadas e centenas de famílias tiveram que fugir”.
Tanto as FAR quanto o Exército são acusados de abusos e crimes de guerra neste conflito, que já deixou milhares de mortos, deslocou mais de 12 milhões de pessoas e criou o que o Comitê Internacional de Resgate qualifica como “a maior crise humanitária já registrada”.
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