Auditoria critica fracasso sistêmico da escola de autismo de Genebra
Vários casos de maus tratos numa escola de Genebra para jovens com autismo foram o resultado de falhas sistêmicas na forma como a instituição foi criada, disse uma auditoria externa.
A escola Mancy fora de Genebra, que abriu em 2018, tem sido notícia na imprensa suíça nas últimas semanas, após a mídia local ter descoberto vários casos de maus-tratos e negligência física.
De acordo com o relatório publicado na quinta-feira por dois especialistas externos, os problemas sistêmicos no funcionamento da escola foram claros desde o início: o pessoal não estava devidamente qualificado para cuidar de crianças autistas, havia uma alta taxa de rotatividade de funcionários e faltavam atividades diárias e estruturas claramente planejadas para os alunos, algo particularmente importante para aqueles com autismo.
A avaliação também constatou que o diretor da escola não tinha experiência na gestão de uma instituição deste tipo; no entanto, os problemas globais não eram o resultado dos erros de uma única pessoa, mas sim uma “acumulação de fracassos”, dizia.
Os especialistas recomendam que a casa – que permanece aberta – seja reestruturada e dividida em partes menores e assumida por uma estrutura de gestão privada subsidiada.
A instituição Mancy oferece vagas para cerca de 10 jovens entre oito e 18 anos, que sofrem de autismo ou outras deficiências intelectuais.
Investigação da mídia
Os funcionários da casa são acusados de ter dado a um residente medicamentos não prescritos que puseram em perigo a sua saúde e até a sua vida, bem como deixar crianças no chão, nos seus próprios excrementos, arrastando-as de quarto em quarto.
Como resultado das alegações, que foram noticiadasLink externo pelos jornais locais Le Temps e Heidi News em Janeiro, foi aberto um inquérito pelo Ministério Público de Genebra, e três membros do pessoal foram indiciados pela polícia.
O caso também teve repercussões políticas para a secretária estadual de Genebra responsável pela educação e juventude, Anne Emery-Torracinta, que a mídia afirma ter reagido com lentidão às informações de que havia problemas na instituição.
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