Nome de presidente da Fifa aparece em contrato suspeito
O novo presidente da Fifa, Gianni Infantino diz estar “consternado que a sua integridade seja colocada em dúvida” em relatos da mídia a respeito um contrato que ele teria assinado há vários anos, quando chefiada o Departamento jurídico da União Europeia de Futebol (UEFA). Sua reação foi divulgada terça-feira (06) através de um comunicado da FIFA.
O contrato regia transmissões de televisão da Copa Libertadores, da Liga de Campeões e da Eurocopa. Os dados foram revelados pelo jornal The Guardian. A UEFA também rejeitou qualquer irregularidade, mas os contratos envolvem empresas com dirigentes sob suspeita pelo FBI.
O artigo do jornal inglês cita documentos vazados afirmando que Infantino tinha assinado contrato com dois empresários argentinos que foram mais tarde acusados nos Estados Unidos.
Infantino foi eleito em fevereiro último com o compromisso de acabar com a corrupção no futebol. Os documentos divulgados pelo The Guardian fazem parte dos 11 milhões de documentos que vazaram do escritório panamenho de consultoria e advocacia Mossack Fonseca no caso chamado Papers Panamá.
Aqui está um resumo dos principais acontecimentos na história recente dominada pelo escândalo da Fifa:
02 de dezembro de 2010 – A Copa do Mundo de 2018 é atribuída à Rússia e a de 2022, ao Qatar. As duas atribuições são suspeitas de compra de votos.
17 de dezembro de 2014 O ex-promotor federal Michael Garcia demite-se do Comité de Ética da FIFA, em protesto contra a manipulação da investigação no processo de atribuição das Copas de 2018 e 2022.
27 de maio de 2015 – Durante o Congresso da Fifa, dirigentes são presos pela polícia suíça, a pedido dos Estados Unidos, em hotel, entre eles o brasileiro José Maria Marin. Blatter é reeleito presidente da entidade.
02 de junho de 2015 – Dois dias depois de reeleito, Sepp Blatter anuncia que vai renunciar ao cargo e que um congresso extraordinário elegerá seu sucessor.
21 de dezembro de 2015 – Blatter e o presidente da Uefa, Michel Platini, são suspensos por oito anos de toda atividade pela Comissão de Ética da Fifa. Ambos recorrem a sentença é reduzida para seis anos. Eles são condenados pelo pagamento de 2 milhões de francos suíços a Platini em 2011, por serviços prestados em 2002.
26 de fevereiro de 2016 – O secretário-geral da Uefa, o ítalo-suíço Gianni Infantino, é eleito presidente da Fifa, prometendo “reviver a imagem e o respeito da Fifa”.
04 de abril de 2016 – No escândalo do Panama Papers, o jornal The Guardian revela um contrato suspeito de transmissão de tv de competições esportivas assinado por Infantino quando dirigia o departamento jurídico da UEFA, através de uma agência que esteve envolvida em escândalo da Fifa em 2015.
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Documentos do Panamá revelam fundos de Putin em Zurique
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O vazamento de milhões de documentos correspondendo a mais de 2,6 terabytes de dados de um escritório de advocacia no Panamá revela uma quantidade impressionante de atividades bancárias suspeitas ao redor do mundo, incluindo também a Suíça.
Das dez maiores instituições que abriram a maior parte das companhias offshore para clientes estrangeiros, quatro são suíças.
O vazamento ocorreu na Mossack Fonseca, um escritório de advocacia, que nasceu no Panamá e se expandiu a mais de 40 países. Os 11,5 milhões de dados, a maioria e-mails e PDFs de contratos, revela construções offshore de 140 políticos e autoridades públicas ao redor do mundo, incluindo os primeiros-ministros da Islândia e Paquistão, o presidente da Ucrânia e o rei da Arábia Saudita. Aproximadamente 215 mil empresas offshore estão relacionadas.
De acordo com o ICIJ, a Suíça está entre os principais países envolvidos, tanto em termos do número e do nível de atividades dos intermediários.
Amigo de Putin
Uma das pessoas envolvidas é Sergei Roldugin, um amigo próximo do presidente russo, Vladimir Putin. Segundo a reportagem do jornal suíço Tages-Anzeiger, Roldugin teria escondido milhões na filial de Zurique do banco russo Gazprombank – fundos que ele dificilmente teria recebido como violoncelista profissional e maestro.
"Os documentos mostram que Roldugin atua atrás dos bastidores em uma rede clandestina operada por pessoas ligadas a Putin. Eles teriam movimentado pelo menos dois bilhões de dólares em diversas contas bancárias e companhias offshore", de acordo com ICIJ através do jornal alemão Süddeutsche Zeitung e outros parceiros na mídia.
Jornalismo investigativo
O vazamento feito no domingo à noite ocorreu através de um trabalho conjunto de investigação coordenado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). Ele envolveu centenas de jornalistas em 80 países na pesquisa de transações financeiras através de empresas de fachada no Panamá e outros paraísos fiscais. O relatório aponta o dedo para personalidades do mundo político, esportivo e empresarial.
Roldugin está listado como proprietário de empresas offshore que obtiveram pagamentos de outras companhias no valor de dezenas de milhões de dólares.
"Uma companhia ligada ao violoncelista também fez transações com o maior fabricante russo de tratores, responsável por uma grande fatia do bolo publicitário nas televisões russas. É possível que Roldugin, que afirma publicamente não ter atividades empresariais, não seja o verdadeiro beneficiário dos fundos. Em vez disso, as evidências demonstradas nos arquivos mostram que Roldugin está agindo como testa-de-ferro para uma rede de pessoas ligadas a Putin."
Futebol suspeito
Um membro do Comitê Independente de Ética da Fifa também está sob suspeita. Arquivos confidenciais que vazaram da firma de advocacia panamenha Mossack Fonseca revelam acordos entre os 3 homens e Juan Pedro Damiani, integrante do Comitê Independente de Ética da Fifa, que tem tomado decisões a respeito de uma série de expulsões de altos executivos da organização, segundo o Panama Papers.
Damiani e seu escritório de advocacia trabalharam para pelo menos 7 companhias offshores ligadas a Eugenio Figueredo, ex-vice-presidente da Fifa, que está na mira das autoridades norte-americanas.
Damiani declarou à agência de notícias Reuters em Montevideo, no domingo, que rompeu as ligações com Figueredo quando este foi acusado posteriormente de corrupção.
O escândalo da Fifa veio à tona em 2015, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apontou que empresários de TV e de marketing pagavam propinas para obter os direitos de transmissão para jogos. Dentre os nomes nos arquivos aparece ainda Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa de 2007 até setembro de 2015, quando foi banido por acusações de corrupção.
O escândalo da Fifa veio à tona em 2015, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apontou que empresários de TV e de marketing pagavam propinas para obter os direitos de transmissão para jogos. Desde então seu comitê de ética investigou e baniu um número de importantes dirigentes, dentre eles o ex-presidente da Fifa, Sepp Blatter, e o ex-presidente Uefa, Michel Platini.
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Para muitos, o rosto de Gianni Infantino é familiar por seu papel de regente dos sorteios da Liga dos Campeões e das grandes competições da Uefa: este ítalo-suíço poliglota, número 2 do futebol europeu, é, desde esta sexta-feira, o novo presidente da Fifa. Eleito no segundo turno da eleição à presidência da Fifa com 115…
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O painel, presidido pelo jurista Mark Pieth, foi uma ideia do presidente da FIFA, Sepp Blatter, em 2011 como parte do seu projeto de reforma da organização que regula mundialmente o futebol.
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