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Pandemia ameaça pequenos negócios de suíços no exterior

Auberge Keur Diame
Em Dakar, Ruth Isenschmid dirige sua pousada Keur Diame. zvg

Para muitos suíços do estrangeiro que trabalham no turismo, a situação atual é uma questão de sobrevivência financeira. Uma dona de pousada no Senegal conta sua experiência.

Semi-lockdown, lockdown, shutdown… Ao redor do mundo, o coronavírus continua atacando. O turismo é particularmente atingido. Um setor no qual trabalham muitos suíços do estrangeiro.

Ruth Isenschmid é uma delas. “Na verdade, a coisa mais fácil para mim seria desistir de tudo e viver do meu AHV (a aposentadoria de base da Suíça)”, diz ela. Durante os últimos 20 anos como suíça no exterior, ela continuou contribuindo para a previdência suíça. A pensão é modesta, mas agora garante sua sobrevivência financeira.

A senhora de 68 anos dirige seu próprio hotel em Dakar, uma pousada na segunda quadra do mar. Embora a capital do Senegal não seja exatamente conhecida por seu turismo, ela é muito popular entre os viajantes de negócios.

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Nenhum turista no país desde março

Ruth Isenschmid mit Senegalesen
Ruth Isenschmid se move em círculos senegaleses e expatriados. Seu companheiro na foto: o “Faux Lion”. Uma figura tradicional que pode ser vista com frequência em festivais. zVg

“Tenho hóspedes de todo o mundo”, conta. Além disso, o Senegal é particularmente popular entre os turistas francófonos. Até alguns anos atrás, o aeroporto ainda ficava perto, muitos turistas que chegavam e partiam ficavam hospedados na pousada da suíça. “Agora o aeroporto está fora da cidade”.

Pior: entre março e julho ficou completamente fechado. Desde então, também não tem sido permitida a entrada de turistas no país – exceto para os viajantes dentro da África. “De um dia para o outro, toda a renda desapareceu”, lamenta Isenschmid.

Sua sorte foi que quatro congoleses trabalhando para um projeto alemão na cidade permaneceram bloqueados com ela por enquanto. O empregador europeu continuou a pagar por suas acomodações. E um aposentada belga também se hospedou na pousada da suíça. “Com o dinheiro que ela teria gasto no voo de volta, ela poderia muito bem viver comigo por alguns meses”, conta Isenschmid, que era pedagoga social na Suíça antes de se aventurar no exterior.

Em seguida, no início de agosto, os últimos hóspedes partiram. A esperança era que a situação voltasse ao normal no início da temporada principal, em dezembro. Mas Dakar também não foi poupada de uma segunda onda.

Vom Hoteldach sieht man das Meer.
Do terraço da pousada é possível ver o mar. zVg

Um projeto do coração

Mas desistir está fora de questão para Ruth Isenschmid. Ela é uma guerreira e defende seu pessoal: “Tenho nove funcionários e a situação econômica do país é muito ruim. Tantas pessoas estão sem renda. Quero poupar meu pessoal o máximo possível”. Além disso, ela é muito ligada a sua pousada. “Coloco meu coração e minha alma nisso e não me vejo me aposentando nem tão cedo”.

“Eu sou muito sortuda”

Ruth Isenschmid, 68 anos, Senegal

Seu irmão na Suíça também está ajudando ela financeiramente durante este período. “Na verdade, ele viaja muito. Como ele não pode fazer isso no momento, ele está me deixando este dinheiro que não pode gastar em férias agora”. Isenschmid está ciente de como ela é privilegiada neste momento. “Eu sou muito sortuda”, diz.

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Um dia após o outro

No entanto, é uma situação difícil. Como muitos suíços no exterior, ela não pode planejar a longo prazo, ela não tem dinheiro para reparos, os trabalhos de renovação foram adiados indefinidamente. “Mas eu aprendi nos últimos 20 anos a viver um dia após o outro”.

Ruth Isenschmid é divorciada. Ela encontrou seu caminho para o Senegal há 31 anos, graças a seu ex-marido, um senegalês que ela conheceu na Suíça. Ela viajou para a África Ocidental para passar férias e imediatamente se apaixonou pelo país e seu povo.

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O oásis de Isenschmid no meio do Dakar. zVg

Seu amor por seu marido morreu após cinco anos. “As diferenças culturais eram simplesmente grandes demais”, diz ela hoje. Mas ainda hoje eles têm um bom relacionamento e ele a ajudou muito, especialmente nos primeiros dias no Senegal.

Depois de 20 anos na África Ocidental, Ruth Isenschmid construiu uma grande rede. Ela se move entre círculos senegaleses, mas também entre grupos de estrangeiros. Ela organiza reuniões regulares para estrangeiros de língua alemã – agora inevitavelmente virtuais.

Um retorno à Suíça está fora de questão para ela – pelo menos por enquanto. “Minha pensão mal dá na Suíça”, diz. Na África, se tudo der errado, ela consegue viver com sua aposentadoria na sua casinha à beira-mar. No entanto: “Nunca diga nunca”, diz Isenschmid.

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Adaptação: Fernando Hirschy

Adaptação: Fernando Hirschy

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