CIGA, o elo entre o Brasil e a Suíça
O Centro de Integração e Apoio, de Basiléia, exerce uma função social e voluntária de ponte para a comunidade brasileira na Suíça.
Integrar através do aconselhamento e informação é como uma divisa dessa associação.
A associação CIGA-Brasil que funciona desde março de 1998 é liderada por um conselho de 8 pessoas “em que se discute tudo o que há a discutir”, diz Irene Zwetsch, coordenadora do grupo.
Irene, que herdou o CIGA em 2001 (quando a fundadora da associação, Ângela Nyffenegger voltou para o Brasil), é responsável pela parte da informação. É por isso que ela aparece mais, afirma.
Para economizar aluguel, a associação não tem sede administrativa. Tudo funciona na casa de Irene, inclusive “as páginas amarelas brasileiras” estão no banco de dados do computador caseiro que seu marido, informático, manuseia.
Esse site tem papel importante na missão que se impôs o CIGA de respaldar a integração de brasileiros na Suíça e regiões vizinhas e ainda fomentar a cultura brasileira. (Consulte o site http://www.cigabrasil.ch).
Destaque para a informação
Na prática, o conselho dos oito – todos com idêntico poder de decisão – tem funções específicas nas áreas de informação e aconselhamento. Destaque-se, por exemplo, que uma médica brasileira atende pessoas dependentes de drogas e álcool. Que o marido de Irene (Rubens) é responsável pela parte técnica, pela homepage.
A coordenadora do CIGA faz questão de apontar uma evolução nos últimos 4 anos. No início, a associação praticava um aconselhamento semanal. “Nós entramos para a informação de 2000 para cá, diz Irene.
Ela estima que nesse ponto o CIGA está desenvolvendo o trabalho fixado e atingindo os objetivos: “Nós estamos chegando a cada vez mais pessoas, temos um feedback do público, não só em termos de como está nosso trabalho, mas do que deveria ser feito… Que assuntos deveriam ser abordados em nosso informativo e que poderia ser incluído no site”.
As informações do site abrangem diferentes domínios: direitos e deveres do brasileiro na Suíça, questões legais relacionadas com a vida do estrangeiro no país. “Acho que nosso ponto forte é justamente ter construído essas paginas amarelas brasileiras. O que se quer encontrar de brasileiro na Suíça e que chegou a nossas mãos está no site”, garante Irene.
Colaboração com o Consulado
CIGA-Brasil acaba fazendo parte do trabalho que incumbiria ao consulado brasileiro de Zurique. É provável que esse trabalho seja reconhecido, mas Irene Zwetsch gostaria de restabelecer uma colaboração com o atual cônsul.
Anteriormente, a associação, sediada em Basiléia, realizou com sucesso duas experiências de “consulado itinerante”: deslocamento de funcionários do consulado a uma cidade para atender os brasileiros durante um dia, uma experiência que existia em outros países.
O CIGA forneceu a infra-estrutura para que fossem atendidos todos os casos possíveis: passaportes, registro de casamento, de nascimento… E como foi na época de recadastramento eleitoral, chegou-se a fazer 50 recadastramentos num dia.
Irene admite ter perdido o elo com o Consulado, mas acha que a experiência poderia ser repetida com êxito em cidades como Basiléia, Berna, Genebra, Zurique…
Já o relacionamento com as autoridades locais de Basiléia responsáveis pelos estrangeiros é considerado excelente e direto. Tanto que o projeto de creche da associação é financiado em parte pelos cantões de Basiléia-cidade e Basiléia-campo.
18 grupos brasileiros
Resta que o CIGA-Brasil oferece orientação aos brasileiros que querem se integrar na Suíça, apontando pistas sobre como resolver problemas em diferentes áreas.
Mas há no país 18 grupos brasileiros organizados, diz Irene. A coordenadora do CIGA cita, por exemplo, o Cebrac, em Zurique, que dispõe de uma biblioteca e organiza eventos culturais. O grupo Ação, na mesma cidade que realiza trabalho social importante. O Abec que dá cursos de português, o Clic Brasil, em Basiléia-campo, Aquarela, em Basiléia-cidade, e o Atitude, em Berna, muito atuante na área de aconselhamento, em especial para mulheres, e ainda, o Brass, em St.Gallen, “o mais antigo da Suíça”. (Consulte alguns sites ao lado).
O importante é que os grupos brasileiros realizam, pelo menos duas vezes por ano, um seminário. Esses encontros periódicos permitem debater temas de interesse comum.
O próximo seminário será em maio de 2005, diz Irene: “E até lá talvez teremos uma surpresa para todos”.
swissinfo, J.Gabriel Barbosa
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