Privacidade é ponto frágil dos aplicativos de rastreamento
Segundo uma pesquisa de opinião, dois terços dos suíços são a favorLink externo do uso de aplicativos para rastrear casos do novo coronavírus e alertar o usuário se ele teve contato com pessoas contaminadas. Porém essa tecnologia põe em risco a privacidade?
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Quando não cobre fintech, criptomoedas, blockchain, bancos e comércio, o editor de negócios da swissinfo.ch pode ser encontrado jogando críquete em vários locais na Suíça, inclusive na região de St. Moritz.
Ao contrário dos aplicativos que usam a geolocalização, que, como o nome diz, revelam onde a pessoa esteve ou está, esses aplicativos registram os contatos feitos entre dois celulares quando os usuários estão próximos ou tiveram contato físico.
Os celulares enviam sinais através do sistema de bluetooth à procura de outros celulares onde estão instalados o mesmo aplicativo. Quando um contato é detectado, os dois aparelhos registram o “momento de contato”, que é encriptado, se as duas pessoas estiverem próximas o suficiente para que o vírus possa ser transmitido.
Se alguém ficar doente, eles avisam o aplicativo, que busca através dos registros de contato, alertando qualquer um que tenha estado muito próximo. Para prevenir falsas alegações de infecção, as pessoas normalmente serão solicitadas a apresentar uma confirmação do diagnóstico por autoridades competentes.
Como os dados ficam protegidos?
Para começar, os aplicativos de rastreamento de contato não registram onde o usuário esteve e quando. Eles apenas registram o número de vezes que você esteve perto de outro celular com o mesmo aplicativo por um determinado período. Em segundo lugar, as informações são encriptadas para impedir a sua visualização por terceiros não autorizados.
Especialistas dizem que nenhum sistema digital é completamente seguro contra intrusões, mas o envolvimento das escolas politécnicas federais de Zurique e Lausanne (ETH e EPFL) dão legitimidade e um alto nível de conforto para o aplicativo projetado na Suíça.
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É melhor centralizar o sistema ou deixá-lo decentralizado?
Uma questão ainda polêmica. O aplicativo suíço DP-3T e o projeto europeu PEPP-PT têm diferentes abordagens. A principal diferença é o que acontece quando uma pessoa sinaliza que está infectada e como o sistema, então, determina quem deve ser alertado.
PEPP-PT envia os registros de contato da pessoa infectada (ou seja, os registros dos outros celulares que estiveram próximos da pessoa infectada) para um servidor central que processa os dados e envia alertas.
Várias organizações suíças participam do projeto PEPP-PT, incluindo a ETH e a EPFL, manifestaram preocupação em relação à centralização dos dados recolhidos. Eles consideram mais fácil hackear e decodificar informações pessoais em um servidor centralizado e por isso decidiram concentrar seus esforços no desenvolvimento do aplicativo DP-3T.
O DP-3T mantém os registros de contato nos celulares individuais. Apenas o alerta de infecção é enviado a um servidor central. Os celulares se comunicam com o servidor procurando por um alerta que corresponda aos seus dados de contato.
Qual a posição das autoridades suíças?
Tanto o ministério suíço da Saúde como a autoridade responsável pela proteção de dados favorecem a descentralização dos dados registrados pelos aplicativos. Este último quer também os usuários sejam informados sobre o funcionamento do aplicativo e que eles sejam protegidos legalmente contra o recolhimento de dados pessoais por parte do governo.
O Parlamento suíço também exige opinar sobre a introdução de aplicativos de rastreamento na Suíça para evitar que a decisão seja tomada apenas pelo Poder Executivo.
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