Depois da vaca louca, o peixe com dioxina.
A União Européia decidiu reforçar a luta contra a dioxina. Está na origem dessa iniciativa um estudo que evidencia índices importantes dessa substância nos peixes, um fenômeno que ignora fronteiras, afetando inclusive a Suíça.
No verão (europeu) do ano passado, o Comitê Científico para a Alimentação, órgão da União Européia (UE), concentrava suas atenções no frango belga – contaminado com dioxina – depois de ter sido encarregado de elaborar normas para evitar repetição de casos semelhantes.
A conclusão mais espetacular do Comitê diz respeito aos peixes que apresentam nível de contaminação mais alto que previsto.
Péssima notícia então para os consumidores de peixes, mais numerosos desde que estourou o escândalo da vaca louca (ou “vacas loucas”, em Portugal).
Para avaliar a situação, os especialistas escolheram uma dezena de países. O estudo publicado sobre o assunto não diz quais são eles, limitando-se a apresentar médias de contaminação.
“De todo o jeito, realça um funcionário da Comissão Européia (poder executivo da UE), nenhum país escapa, nem a Suíça. Seja por causa das importações de peixe, seja por causa da dispersão da poluição”.
Peixes analisados contêm 10 vezes mais de dioxina que os chamados produtos de “referência”, como ovos e leite. É ainda pior com uma variante química, o “polichlorobiphényle” – PCB.
A contaminação atinge os peixes de criação como os peixes de água salgada. O mar Báltico está particularmente atingido, em conseqüência dos dejetos da indústria do papel.
Se a constatação do comitê científico dá calafrios, há no entanto motivos de esperança. A começar pela redução de emissões de dioxina pelas chaminés de incineradores.
As medidas já tomadas pela União Européia e seus países membros já deram resultados, embora pareçam insuficientes. E os PCB, proibidos há 15 anos, em princípio não devem proliferar.
Thierry Zweifel
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