O ensino presencial, atualmente suspenso devido à pandemia do coronavírus, logo será permitido nas universidades, seguindo a aprovação recente do governo. Contudo haverá restrições.
Clamores pelo retorno à universidade vinham crescendo, especialmente por parte da União de Estudantes Suíços durante a semana passada, depois de quase um ano de aulas online.
Aparentemente, o governo ouviu os pedidos. Na quarta-feira, 14 de abril, ele anunciouLink externo que o ensino presencial seria permitido de forma limitada, a partir do dia 19 de abril, como parte de um conjunto mais amplo de medidas de flexibilização. As condições são: um máximo de 50 pessoas nas salas de aula e os ambientes não poderão ser ocupados em mais de um terço de sua capacidade. O uso da máscara e as medidas de higiene permanecem obrigatórios.
A União de Estudantes SuíçosLink externo comemorou a notícia e o fato de que suas preocupações acerca dos prejuízos às finanças, à educação e à saúde mental dos estudantes durante a pandemia foram ouvidas.
“É importante que atualmente as universidades ofereçam diversas oportunidades de ensino híbrido para que todos, inclusive aqueles que devem ou querem ser cuidadosos, possam participar”, afirma o copresidente da união, Elischa Link.
No entanto, ele avisa que a questão financeira continuará a ser um problema para os estudantes, já que irá demorar até que reapareçam vagas de meio período suficientes no setor de serviço.
swissuniversitiesLink externo, a organização central do setor, está satisfeita que a troca entre alunos e professores, tão essencial ao estudo universitário, “aproximou-se um pouco mais”, afirmou a secretária geral do grupo, Martina Weiss, em e-mail enviado à SWI swissinfo.ch.
No entanto, a organização acredita que as restrições ao tamanho da turma não são necessárias e argumenta que as universidades já dispunham de boas medidas de proteção para realizar o ensino com segurança (a abertura das universidades foi permitida durante um breve período no outono, antes da chegada da segunda onda do coronavírus).
Na prática
A forma como as mudanças nas universidades poderia funcionar na prática tornou-se clara durante a coletiva de imprensa anual da Universidade de Zurique, na última quinta-feira. O reitor Michael Schaepman afirmou que a prioridade era trazer estudantes com possíveis lacunas em seu aprendizado, devido à natureza prática de seus estudos, de volta ao campus. “Me refiro aqui aos estudos de medicina e às práticas laboratoriais de química e biologia”, disse o reitor aos repórteres durante o evento online.
Os próximos passos da universidade serão decididos em uma reunião nesta semana. Schaepman afirmou que o retorno aos laboratórios pode ser realizado rapidamente, mas acrescentou que os estudantes também precisam poder se planejar (algo que foi igualmente destacado pela união de estudantes em sua lista de preocupações).
“Não queremos mudar os planos toda semana, dizer que as provas serão online ou talvez presenciais. Os estudantes precisam ter uma perspectiva de como poderão terminar seu semestre adequadamente”, disse.
Shaepman afirmou que um possível cenário é a volta de alguns estudantes ao campus, enquanto alguns terminariam o semestre de forma híbrida e outros permaneceriam exclusivamente online.
A Universidade de Zurique – planos futuros
A universidade também anunciouLink externo, na quinta-feira, que tem como objetivo aproveitar os avanços digitais e a experiência adquirida durante o último ano para oferecer uma mescla de ensino presencial e online após a pandemia.
“Queremos utilizar a experiência que adquirimos e o grande potencial de inovação e transformação digital para desenvolver ainda mais um ensino de alta qualidade para além do modo emergencial” afirmou o reitor Michael Schaepman na coletiva de imprensa anual. A universidade acredita que uma metodologia híbrida permitiria uma abordagem mais individualizada ao aprendizado.
O objetivo foi proporcionar estabilidade aos estudantes e professores durante o que tem sido um momento de instabilidade, disse a universidade à SWI swissinfo.ch. Além disso, muitos estudantes se encontram em casa atualmente e não faria sentido que retornassem à Genebra.
As restrições anunciadas também apresentam “grandes problemas logísticos” para uma universidade com mais de 19.000 alunos e prédios espalhados pela cidade e pelo cantão, acrescentou a universidade em uma declaração enviada por e-mail. Poderiam, contudo, existir algumas exceções para seminários pequenos ou práticos.
A universidade afirmou que o ensino presencial permanece essencial para o ensino superior, e que esperava um retorno ao modelo assim que o quadro sanitário permitisse. “A aceleração da campanha de vacinação, na qual [a universidade] encoraja seus membros a participarem, certamente é fundamental para isso. A Universidade de Genebra espera que essa campanha englobe os estudantes em breve”, disse.
A Suíça não foi a única a manter suas universidades fechadas durante a pandemia. Universidades nos países vizinhos, como França, Alemanha e Itália, também estão fechadas para o ensino presencial. Estudantes universitários na Inglaterra poderão retornar às salas de aula a partir do dia 17 de maio, “na melhor das hipóteses”.
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