Estudo prevê desaparecimento das geleiras europeias até 2100 se nenhuma ação for tomada

Pelas atuais metas climáticas, praticamente não haverá geleiras na Europa Central até o final do século, de acordo com um estudo internacional com participação suíça.
Os cientistas analisaram dados de 215.547 geleiras no mundo inteiro e simularam vários cenários com aumentos de temperatura entre 1,5°C e 4°C.
Com um aumento de 3°C até 2100, as geleiras da Europa Central terão desaparecido completamente, enquanto um aumento de 1,5°C – que envolveria o estabelecimento de metas climáticas mais rigorosas – o derretimento seria da ordem de 60%.
Sob as atuais metas internacionais, a elevação da temperatura neste século deverá ser de 2,7°C.
Em todo o mundo, o cenário mais otimista do estudo seria ver as geleiras perderem 26% de sua massa em relação a 2015; as placas de gelo só sobreviveriam nas altas montanhas da Ásia, Alasca, Rússia, e no Ártico e Antártida. Ao mesmo tempo, o nível do mar subiria em 115 milímetros.
Reservatórios em declínio
Matthias Huss, um co-autor do estudo do Instituto Federal de Tecnologia ETH Zurich, apontou os problemas que resultariam do desaparecimento dos suprimentos de água doce contidos nas geleiras.
A escassez resultante afetará a irrigação, a água potável, o transporte de mercadorias e a vida selvagem, entre outras coisas. “Mesmo que não possamos mais salvar as geleiras em seu estado atual, cada décimo de um grau de aquecimento evitado conta”, disse Huss.
O estudo foi publicado na quinta-feira na revista “Science”, e também apresenta a contribuição de pesquisadores da Universidade de Friburgo e do Instituto Federal Suíço de Pesquisa Florestal, Neve e Paisagem (WSL). Foi conduzido por David Rounce da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh.

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