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EUA são criticados em Davos

Pascal Couchepin, ministro das Finanças e presidente em exercício da Suíça, discursa na abertura do encontro em Davos. World Economic Forum/swiss-image.ch/Remy Steinegger

Pascal Couchepin, ministro do Interior e presidente da Suíça, abriu ontem a 33a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos.

No seu discurso, Couchepin exigiu a criação de leis supranacionais para regular a economia. Sobre o risco de guerra no Iraque, ele reiterou a posição da Suíça.

Turistas e esquiadores deram lugar a engravatados. Davos, uma cidade que é conhecida na Suíça pela qualidade dos seus 320 quilômetros de pistas de esqui, esta cercada nesse momento pela polícia e exército. Estes dão segurança aos 2150 convidados e controlam a massa de manifestantes, que já começam a chegar vindos de todos os cantos do mundo.

Ontem foi a abertura da 33a versão do Fórum Econômico Mundial (WEF), que no ano passado ocorreu excepcionalmente em Nova Iorque, meses depois do atentado de 11 de setembro.

Durante todo o dia já se viam nos corredores do centro de congressos de Davos, onde durante os próximos cinco dias estará sendo realizado o encontro, alguns ilustres convidados. Além das palestras já programadas, os convidados aproveitam da oportunidade única de ter contatos pessoais com parceiros de negócios, políticos e até mesmo representantes das organizações ecológicas ou contrárias à globalização.

Presidente suíço faz discurso de abertura

Como é tradição nos encontros do WEF, Klaus Schwab, professor da Universidade de Genebra e criador do Fórum Econômico Mundial, fez a apresentação e deu espaço para o discurso de abertura do atual presidente em exercício da Suíça, que em 2003 é o ministro do Interior Pascal Couchepin.

Couchepin reforçou a preferência da Suíça por uma solução pacífica para a questão do desarmamento do Iraque. “Nós não acreditamos que uma guerra no Iraque seja a continuação imprescindível da política externa com outros meios…”, e completou, “…para nós é importante que todos os meios pacíficos sejam empregados para se resolver a crise no Iraque, antes de escolher a guerra. Ela deverá ser decidida pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, caso for necessária”.

O político suíço reiterou que “uma guerra nessa região poderá provocar uma escalação do conflito entre Israel e Palestina, onde as conseqüências são imprevisíveis”.

O retorno da humildade dos dirigentes empresariais

Sobre o tema escolhido para as palestras desse ano, “Reconquistar a confiança”, Couchepin destaca que uma “impressionante humildade” retornou no comportamento dos chefes de empresas. Há poucos anos, eles filosofavam sobre uma nova ordem mundial e, depois de tantos escândalos, a vontade agora é de recuperar a confiança perdida”.

Paralelo ao WEF, o encontro alternativo

Juntamente com o WEF, foi aberto ontem em Davos o encontro alternativo “O Olho Público em Davos”, organizado por grupos do movimento contrário à globalização. Até 27 de novembro, palestrantes suíços e internacionais estarão discutindo temas como “Globalização e direito trabalhista” ou “A estratégia de relações públicas nas multinacionais”.

Para abrir o evento, os organizadores escolheram Oskar Lafontaine, antigo ministro das Finanças da Alemanha e atualmente participante ativo das discussões trazidas pelo movimento contrário à globalização.

No seu discurso, Lafontaine ressaltou que a receita de um processo de globalização justo seria “secar os paraísos fiscais, perdão da dívida dos países do Terceiro Mundo, controles mais efetivos do movimento internacional de capitais, fim da subvenção à agricultura nos países desenvolvidos, mais ajuda ao desenvolvimento e, finalmente, a criação de um fundo monetário internacional, que seja capaz de estabilizar o sistema de conversão de moedas”.

“Arma contra terrorismo é justiça”

Os Estados Unidos não foram poupados. “Uma guerra contra o Iraque será um crime”, afirma Lafontaine e justifica sua posição, “a única arma contra o terrorismo não é ter um exército altamente equipado, mas sim ajudar na criação de uma ordem econômica mundial que seja mais justa”.

swissinfo, Alexander Thoele

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