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Hospitais discutem se aceitam eutanásia

A partir de 1° de janeiro, o CHUV de Lausanne autorizará o suicídio assistido. Keystone

Os principais hospitais suíços se questionam se permitem ou não o suicídio assistido em seus estabelecimentos.

A discussão se intensifica depois que o Centro Hospitar Universitário (CHUV) do cantão de Vaud, anunciou que autorizará a eutanásia a partir de 1° de janeiro, sob estritas condições.

Está lançado o debate sobre a eutanásia nos hospitais depois que o CHUV, em Lausanne, anunciou que permitará à Exit – uma associação que ajuda os doentes incuráveis a se suicidarem – de intervir dentro do hospital, em pacientes na fase terminal e que não poderão ter alta para voltarem às suas casas.

As condições são bem pricisas: os pacientes deverão ter solicitado o suicídio assistido várias vezes, estarem perfeitamente consciente, sofrerem de doença incurável e praticarem eles prórios o gesto fatal.

Debate em andamento

Depois da decisão do CHUV, os outros grandes hospitais suíços anunciaram segunda-feira (19/12) que debatem atualmente a oportunidade de permitirem o suicídio assistido.

“Estamos estudando a questão, declarou a swissinfo Markus Hächler, porta-voz do Hospital Universitário de Berna. Nosso fórum de questões éticas abordou esse tema em sua última sessão, dia 30 de novembro.”

Ele acrescenta “que o processo vai levar tempo porque deveremos estar seguros que cada um – enfermeiras, médicos e assistentes sociais – se exprima e esteja envolvido nas discussões”.

Uma porta-vou do Hospital Universitário de Basiléia (noroeste) confirmou que o comitê de ética do estabelecimento também abordou o problema mas que ainda é muito cedo para saber qual será a decisão final.

A porta-vou precisa que o hospital já recebeu pedidos de suicídio assistido mas que, até agora, todos foram recusados.

Por outro lado, o Hospital Universitário de Zurique indica que esse tema até agora não está na ordem do dia mas que poder vir a sê-lo “no futuro”.

Esclarecer a situação

O fato que os principais hospitais do país discutam esse tema ocorre depois dos esforços da Comissão Nacional de Ética pela Medicina Humana e da Academia Suíça de Ciências Médicas (ASSM) para esclarecer a situação.

Em abril último, esse dois órgãos contataram os cantões para determinar se seus hospitais dispunham de regulamentos que estipulassem se as associações de ajuda ao suicídio eram autorizadas ou não.

Segundo a ASSM, não havia legislação cantonal nessa matéria e a maioria dos hospitais não tinham diretrizes específicas e proibia a atuação das associações de ajuda ao suicídio.

A secretária geral da ASSM, Margrit Leuthold, afirmou a swissinfo que a academia ainda deverá tomar posição oficialmente acerca da decisão do CHUV, em Lausanne.

Como médica, Margrit Leuthold declarou estar dividida sobre a questão de autorizar as associações de ajuda ao suicídio exercerem nos hospitais e se essa prática deverá se gneralizar.

“Há situações em que é ilógico que os pacientes em fase terminal devam regressar às suas casas porque não podem morrer no hospital com a ajuda da Exit. Isso provoca ainda mais sofrimento e preocupação”, declara.

“No entanto, acrescenta, um hospital de alto nível é um lugar onde as pessoas são tratadas para recuperar a saúde e não para obter assistência para morrer. É um sinal perigoso, inclusive para os outros pacientes.”

Quanto à Comissão Nacional de Ética – da qual Margrit Leuthold também é membro -ela já declarou que não existe razão ética justicando a exclusão das associações de ajuda ao suicídio nos hospitais.

swissinfo, Adam Beaumont com agências

– No direito suíço, não é ilegal ajudar alguém a morrer, quando não se trata de motivos egoístas.

– Na Suíça há associações de ajuda ao suicídio (Exit, Dignitas) que acompanham os pacientes incuráveis de decidiram morrer.

– No entanto, essa eutanásia não pod ser ativa. O paciente deve praticar ele mesmo o gesto fatal e as associações só podem dar assistência.

– Em matéria de eutanásia, a Suíça é mais liberal do que a maioria dos países europeus.

– em 2002, 137 pessoas se suicidaram com a ajuda da Exit (10% do total de suicídios na Suíça).

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