Mais dias quentes pela frente, avisa especialista em meteorologia
Para um dos principais meteorologistas da Suíça, é "muito provável" que aconteça novos recordes de calor no país alpino. Isto pode custar à Suíça centenas de milhões de francos suíços em produtividade no longo prazo, advertiram os jornais no domingo.
“A chance de experimentarmos um verão mais quente do que o normal é muito alta. Eu ficaria surpreso se fosse em qualquer outra direção”, disseLink externoThomas Bucheli, chefe do serviço meteorológico da televisão pública de língua alemã SRF, ao SonntagsZeitungLink externo.
“Novos recordes de calor no verão são, dependendo das condições meteorológicas, muito prováveis”.
O quão altas as temperaturas poderiam ser no futuro é especulação no momento, disse Bucheli. Sob certas condições, elas poderiam subir de dois a cinco graus Celsius. “Pode ficar tão quente quanto 40 graus”, advertiu ele.
Maiores temperaturas
O mês de maio já registrou temperaturas recordes, acima de 30 graus Celsius, em partes da Suíça – seja em termos de ser o dia mais quente desde o início das medições ou porque temperaturas tão altas nunca foram medidas tão cedo no ano. Bucheli disse que isto estava “longe de ser normal”.
Ele disse que as medições haviam mostrado que o número de dias de verão acima de 25 graus havia aproximadamente dobrado desde o início das medições. A tendência também pode ser vista para o número de dias com mais de 30 graus. O fenômeno é “claramente” devido à mudança climática, como tem sido demonstrado através de modelos e medições em pesquisas climáticas. disse Bucheli.
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Pulo no verão
Produtividade
Dias mais quentes devido ao aquecimento global também poderiam levar a uma perda na produtividade do trabalho – por exemplo, no trabalho ao ar livre – de mais de CHF400 milhões ($410 milhões) a cada ano na Suíça, de acordo com pesquisa destacada no SonntagsZeitungLink externo.
O estudo ainda não publicado, realizado por cientistas das principais instituições de pesquisa suíças, sugere que a perda de produtividade devido ao calor já é de cerca de 0,1% da renda do trabalho por ano, de acordo com os números citados pelo jornal. Isto é cerca do dobro do que se perde com a gripe sazonal em um ano médio, diz o artigo. Segundo o jornal, cenários vêem perdas de produtividade devido ao aumento do calor no futuro, dependendo da gravidade da mudança climática.
A Organização Internacional do Trabalho com sede em Genebra já alertouLink externo que um aumento do estresse térmico no trabalho ligado à mudança climática poderia ter um forte impacto na produtividade global futura e nas perdas econômicas, especialmente nos países mais pobres. Um estudo da OIT de 2019 concluiu que a produção perdida seria o equivalente a 2,2% do total de horas de trabalho no mundo inteiro em 2030, com base em um aumento da temperatura global de 1,5 graus Celsius até o final deste século. O custo total dessas perdas seria de 2,4 trilhões de dólares por ano, conforme projeções do estudo.
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