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Microscópio suíço já está em Marte

Primeiras imagens enviadas pela sonda Phoenix Keystone

A sonda Phoenix, que chegou domingo ao planeta Marte, tem na bagagem um microscópio atômico fabricado na Suíça. É através dele que os cientistas vão descobrir se existe ou não algum sinal elementar de vida no planeta vermelho.

Durante esta semana os técnicos verificam os instrumentos e o posicionamento da sonda no local de pouso. As atividades propriamente científicas começam em junho.

Depois de percorrer cerca de 700 milhões de km em mais de dez meses de viagem, a sonda Phoenix chegou domingo ao pólo norte de Marte, região até agora inexplorada e denominada Vasistas Borealis, uma imensa planície gelada no subsolo, muito perto da superfície.

A missão vai durar três meses e sua principal tarefa será perfurar uma fina camada do solo para tentar descobrir se, no passado, houve água líquida, condição necessária para a existência de vida, nos conhecimentos atuais. Esse material recolhido pelo robô será analisado pelo microscópio incorporado ao robô.

Projeto começou em 1999

Os dados serão transmitidos aos cientistas da NASA no Jet Propulsion Latoratory (JPL) em Pasadena, na Califórnia, que comandam a operação, através de dois satélites: Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Odissey.

O microscópio atômico suíço que terá, portanto, um papel importante nessa missão, foi concebido especialmente para resistir às rudes condições de viagem no espaço e de permanência em uma atmosfera hostil. Trata-se de uma verdadeira “jóia” de alta tecnologia, um pouco maior do que uma caixa de fósforos.

Três instituições trabalharam na concepção e construção do microscópio: a empresa Nanosurf e os especialistas em nanotecnologia eletrônica Urs Staufer, da Universidade de Neuchâtel, e Hans-Rudof Hidber, da Universidade de Basiléia.
Os cientistas suíços foram contatados pela NASA em 1999 e decidiram aceitar o projeto do microscópio. Mas uma sonda enviada pela NASA em dezembro de 1999, uma sonda enviada a Marte explodiu perto do pólo sul do planeta. Daí, o projeto suíço foi adiado e retomado em 2003.

A partir daí o projeto evoluiu e o microscópio também vai analisar, além da questão da água, o grau de toxidade da poeira marciana, com vistas ao envio futuro de missões tripuladas ao planeta.

Como funciona?

O microprocessador que constitui o coração do microscópio está equipado de oito “braços” com pontas microscópicas. O aparelho utiliza apenas um braço de cada vez. A ponta “varre” a superfície dos objetos a observar e detecta os mínimos detalhes e relevos, até o tamanho de um átomo.

Dessa forma é possível, por enquanto teoricamente, observar os traços deixados na superfície de um grão de areia marciana por uma molécula de água. Quando um braço quebra ou suja, pode ser desativado por um sinal enviado da Terra e o braço seguinte continua o trabalho.

swissinfo, Claudinê Gonçalves com agências

A sonda Phoenix pesa 410 kg, tem 2 metros de altura e 5 metros de envergadura com os painéis solares abertos.

Ela viajou mais de 10 meses e percorreu 700 milhões de km até chegar em Marte.

A missão custou 420 milhões de dólares e, se tudo correr bem, vai durar três meses.

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