Pesquisa científica continua dominada por homens
As mulheres continuam sub-representadas na ciência na Suíça, revela uma comparação internacional.
Os números publicados pelo Departamento Federal de Estatísticas no Dia Internacional da Mulher mostraram que a Suíça fica abaixo da média europeia em muitas áreas. A situação está apenas melhorando lentamente, disse um comunicado.
As estatísticas emanam do relatório She Figures 2018Link externo, publicado pela Comissão Europeia, que destaca as mulheres na ciência em toda a Europa.
Há mais mulheres estudando do que nunca. Em 2016, 51% dos estudantes matriculados eram mulheres e constituíam 54% dos formandos com mestrado ou bacharelado.
Cano furado
Mas depois desses níveis, elas começam a abandonar a carreira acadêmica (um fenômeno conhecido como “cano furado”). Quanto maior a posição, menos mulheres estão representadas, segundo o comunicado.
+ sobre o fenômeno “cano furado” (do inglês “leaky pipeline”) na Suíça
A situação fica muito clara no nível de pós-doutorado.
Em alguns setores de pesquisa, muito poucas mulheres fazem doutorado, observou o departamento de estatísticas.
Por exemplo, em TI e tecnologia de comunicações (15% em 2016) e em engenharia (27%). No entanto, elas eram maioria em agricultura e ciência veterinária (76%) e educação (61%). Mas mesmo nessas áreas, as mulheres não conseguiram cargos de gerência (29% para a agricultura e a veterinária).
O número de pesquisadoras também variou conforme trabalhavam no ensino superior (39%), no governo federal (36%) ou na indústria (23%).
Cargos superiores para homens
Os cargos superiores universitários ainda são ocupados principalmente pelos homens. Em 2017, as mulheres representavam 27% dos membros do conselho de pesquisa e 30% dos reitores das universidades.
Segundo o comunicado, um progresso lento foi realizado ao longo dos anos. Desde 2009, o número de mulheres concluindo um doutorado e iniciando sua carreira acadêmica aumentou apenas 2%.
“É de se esperar que leve algum tempo até que a paridade de gênero seja alcançada entre homens e mulheres neste setor”, concluiu o comunicado.
swissinfo.ch/fh
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