Novos satélites darão previsões metereológicas mais precisas
MetOp-A, primeiro satélite polar destinado a melhorar as previsões metereológicas, será lançado nos próximos dias da base de Baïkonour, no Kazaquistão.
Este é o primeiro dos três satélites MetOp que levam a bordo certos equipamentos de ponta concebidos na Suíça. O sistema deverá fornecer informações de uma precisão inusitada para a previsão do tempo.
O lançamento estava previsto para a tarde desta segunda-feira mas foi adiado por alguns dias. “É um passo importante para a área da meteorologia”, observa Arnaud Gisiger, responsável de pesquisa e desenvolvimento na Syderal, uma empresa suíça que criou os componentes eletrônicos para os satélites.
Montado conjuntamente pela Agência Espacial Européia (ESA) e pela Organização Européia pela Exploração de Satélites Meteorológicos (EUMETSAT), o projeto
MetOp-A deverá fornecer informações de uma precisão sem precedentes.
Isso será possível devido a órbita baixa do satélite. Os satélites tradicionais sobrevoam a Terra a 36 mil km, em órbita geoestacionária. MetOP-A terá órbita polar a apenas 860 km de altitutude, ou seja, passará sobre os polos, em perpendicular ao equador.
“Quando se estabelece uma norma metereológica para uma órbita geoestacionária, geralmente ela é utilizada para prever o movimento das nuvens porque a precisão é de 1 km, explica Arnaud Gisiger. Numa órbita baixa, a precisão é um metro, ou seja, mil vezes maior”.
O que é importante com a meteorologia em órbita baixa “é que poderemos medir também a temperatura, a humidade, o ozônio, a poluição, o vento e outros parâmetros que são impossíveis em órbita geoestacionária”, esplica. Portanto, além da meteorologia, o novo satélite permitirá compreender melhor a evolução do clima.
Fim de um monopólio
Até agora, as fontes de informação meteorológicas eram os satélites da administração americana de meteorologia e oceanografia (NOAA). Há décadas que muitos países dependem dos dados recolhidos pelos Estados Unidos, que lançaram o primeiro satélite meteorológico em 1960.
A Europa fornecerá gratuitamente seus dados aos americanos: “vamos devolver a gentileza”, afirma Ives Buhler, responsável do sistema EPS, o programa de satélites de órbita polar da Eumetsat.
MetOp observará cada ponto do globo quase sempre na mesma hora, por volta das 9:30 hs em hora solar local, quando “descerá” do norte para o sul; um outro satélite americano fará o contrário, “subindo” do sul para o norte durante a noite.
Contribuição suíça
MetOp é uma caixa enorme de 6 ms de altura e 4,085 toneladas. Dentro tem vários instrumentos, inclusive cinco equipamentos europeus de ponta. A empresa suíça Syderal fabricou peças para três desses equipamentos.
Trata-se de um anemógrafo, que permite medir a velocidade e a direção do vento, uma sonda para medir a temperatura e de um higrômetro de hiperfreqüência para prever a chuva.
Arnaud Gisiger acrescenta que também houve participação suíça na fabricação de outros instrumentos. Ele cita a Contraves Space de Zurique, a APCO Tecnologias em Vevey e o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM) de Neuchâtel, que fabricou o interferômetro atmosférico de sondagem infravermelho (IASI).
swissinfo, Thomas Stephens
– A Suíça é um dos países fundadores da Agência Espacial Européia mas colabora também com outras agências espaciais.
– A indústria espacial suíça tem 28 institutos de pesquisa e 54 empresas. Com exceção da Contraves, essas empresas têm menos de 200 empregados.
– Eles são especializadas sobretudo em equipamentos em solo, aparelhos ópticos, sistemas de telecomunicação, relógios, robótica, pesquisa em microgravidade e vigilância meteorológica.
– A Suíça também o um país do astrofísica, piloto de testes e astronauta Claude Nicolier. Único suíço a ter efetuado missões espaciais, ele foi o primeiro estrangeiro a obter a qualidade de especialista de missão junto à NASA.
MetOp-A é o primeiro dos três satélites MetOp, lançado da base de Baïkonour em 17 de julho. Tem 6 m de altura e pesa 4.085 toneladas.
Situada no Kazaquistão, o cosmódromo de Baïkonour foi construído em 1955. É a mais antiga e maior base de lançamento do mundo.
A Rússia aluga a base até 2050 por 115 milhões de dólares por ano.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.