Outros tipos de vacina poderiam aumentar vacinação
Cerca de 72% das pessoas não vacinadas na Suíça não querem tomar a dose por medo da tecnologia mRNA, enquanto 31% são "fundamentalmente" contra a vacinação para a Covid-19, de acordo com uma pesquisa.
A pesquisa realizada pela Sotomo, relatada no jornal suíço SonntagsZeitung, foi realizada em julho, bem antes da introdução da obrigação do “Certificado Covid”, o passe sanitário que abre todas as portas na Suíça desde o dia 13 de setembro.
Entretanto, de acordo com especialistas entrevistados pelo jornal, isso poderia ser um sinal de que a campanha de vacinação da Suíça seria impulsionada com a disponibilização de outras vacinas que não usam mRNA.
Atualmente, os suíços recebem uma vacina Pfizer/BioNTech ou Moderna, ambas utilizando a tecnologia mRNA – um processo que injeta um fragmento do coronavírus em células humanas para estimular o corpo a produzir uma resposta defensiva.
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População suíça perde o interesse em se vacinar
Já a vacina da Johnson & Johnson, um modelo de vetor viral que só precisa de uma em vez de duas doses, foi aprovada pela agência reguladora médica Swissmedic, mas nenhum acordo foi alcançado com as autoridades sobre seu fornecimento.
O SonntagsZeitung diz que estão em andamento conversações com a empresa americana, mas apenas uma pequena quantidade de compras está planejada, especificamente para quem não pode receber a vacina de RNA mensageiro por razões médicas.
“Estamos ansiosos para ver mais pessoas sendo vacinadas. Por isso, vemos com bons olhos uma quantidade maior de vacinas da Johnson & Johnson sendo disponibilizada”, disse ao jornal Rudolf Hauri, presidente da Associação de Médicos Cantonais.
Ruth Humbel, presidente do comitê parlamentar de saúde, disse que as autoridades deveriam comprar “o mais rápido possível” doses suficientes da Johnson & Johnson para atender “a todas as pessoas que querem receber apenas esta vacina”.
Modelo dinamarquês
Atualmente, cerca de 60% das pessoas com mais de 12 anos de idade na Suíça estão totalmente vacinadas. Os protestos e a resistência à campanha – especialmente após a introdução da obrigação do certificado Covid – foram, no entanto, generalizados esta semana.
O epidemiologista Marcel Tanner disse ao jornal NZZ am Sonntag que um número de vacinação de 70-80% poderia representar um ponto no qual “novas perspectivas poderiam ser desenvolvidas, nas quais poderíamos imaginar viver com o vírus”.
Christoph Berger, chefe da Comissão Federal de Vacinação, disse ao mesmo jornal que a Suíça poderia olhar para a Dinamarca, onde 84% dos maiores de 12 anos estão vacinados e onde as medidas contra a Covid – incluindo as obrigações de certificado – foram abolidas.
“Se a estratégia dinamarquesa funcionar, isso poderia ser um guia para nós”, disse Berger, que acrescentou que nas próximas semanas – antes da chegada das temperaturas mais frias – o maior número possível de pessoas deveria ser vacinado, embora ele não tenha dado um número indicativo.
Enquanto isso, os cantões, sob um novo impulso do ministro da saúde Alain Berset, estão tentando acelerar suas campanhas com várias estratégias: unidades móveis de vacinação, contatar diretamente os cidadãos, ou aparecer em centros comerciais ou centros educacionais.
O Ministério da Saúde também está desenvolvendo mais uma nova campanha para tentar incitar mais pessoas a se vacinarem, diz o NZZ am Sonntag. De acordo com um porta-voz da Ministério, o grupo alvo atual é o dos jovens adultos.
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