OVNIs, verdade guardada em segredo ou pura fantasia?
Único em seu gênero no país, o “Centro Ufológico da Suíça Italiana” (CUSI) coleta e analisa os testemunhos de manifestações incomuns.
Segundo a diretora do centro, Candida Mammoliti, há evidências suficientes para provar que a vida extraterrestre não é apenas coisa de ficção científica.
A notícia saiu em vários jornais da Suíça: durante uma noite do outono de 2008, um objeto voador extremamente luminoso foi visto acima de Claro, perto de Bellinzona, no Ticino (sul).
Entre as numerosas testemunhas, um político local, Pierre Rusconi, que diz ter visto “a coisa” se deslocando no céu a uma velocidade três vezes maior que a de um avião. Logo depois, informaram que naquele mesmo dia, a Estação Espacial Internacional (ISS) havia passado sobre a região. Para alguns, o misterioso objeto podia ter sido um meteorito.
Se o aparecimento em questão pode ser explicado de forma racional, existem vários outros casos em que uma pessoa comum se depara com fenômenos claramente anormais, explica à swissinfo.ch Candida Mammoliti, diretora do CUSI. “Se um objeto flutua, muda a forma ou se move em uma velocidade exorbitante, estimada entre 30 a 40 mil quilômetros por hora, podemos supor, com boa razão, que se trata de movimentos inexplicáveis”.
“Qualquer piloto militar ou companhia aérea pode dizer que é impossível fazer uma curva de 90 graus. No entanto, nos documentos que foram coletados, vemos que essas coisas acontecem.”
Avistamentos em alta
Criado em 1995, o centro privado CUSI registrou até agora 400 casos de OVNIs. “Nós trabalhamos de forma científica: para cada avistamento preenchemos uma ficha e, em seguida, procedemos a uma avaliação”, afirma Mammoliti.
Segundo a diretora do observatório de extraterrestres, a maioria dos relatos são facilmente explicados por fenômenos atmosféricos ou astronômicos. Ou porque a pessoa confundiu um avião com algo desconhecido. “Em outros casos, no entanto, estamos claramente diante de um OVNI, um objeto voador não identificado. Nesse caso, apuramos para ver se é uma matriz não-terrestre”.
Para a avaliação técnica de fotografias e imagens de vídeo, o centro é aconselhado por técnicos de informática, pilotos e funcionários do Centro ufologico nazionale da Itália.
A impressão, diz Mammoliti, é que nos últimos anos os avistamentos estão aumentando. “Talvez as pessoas estejam um pouco mais atenciosas ou comunicam mais facilmente suas próprias experiências. Deve ser dito que a testemunha de um avistamento hesita muitas vezes em falar sobre isso, com receio de ser ridicularizada. É uma pena que as reações sempre falam de alucinações e falsas interpretações”.
Anomalias no trigo
Para a grande parte do mundo científico, político e da opinião pública todos os fenômenos até agora classificados como “alienígenas” são perfeitamente explicáveis: das estranhas formas geométricas feitas em plantações às formações luminosas no céu, do incidente de Roswell aos mistérios do Triângulo das Bermudas. Mas será que estamos realmente certos?
Para Candida Mammoliti, trata-se de tentar esconder algo “difícil de explicar, mas que diz respeito a todos”. E não faltam provas para isso. “Há vestígios de aterrisagens e inúmeros testemunhos de pessoas credenciadas: pilotos, astronautas, cientistas, físicos nucleares e políticos, reunidos desde 1947, ano em que o piloto americano Kenneth Arnold relatou pela primeira vez publicamente ter visto um OVNI”.
“Tem também o caso do coronel da força aérea americana Philip Corso, que autentificou a autópsia realizada em criaturas recuperadas depois do acidente em Roswell, em 1947.” E os famosos círculos em plantações? Os partidários da mensagem extraterrestre ficaram contrariados com as revelações dos dois aposentados ingleses que admitiram ter realizado a farsa. “Na origem de muitos círculos – diz Cândida Mammoliti – há realmente pessoas, é inegável. Fomos, no entanto, até a Inglaterra para examinar de perto estas formações. As descobertas foram extraordinárias”.
“O trigo dobrado apresentava anomalias. Os grãos pareciam atrofiados, deformados em alguns casos. Os caules foram dobrados na mesma altura e tinham os nódulos inchados. Uma pessoa pode fazer um círculo na plantação, mas não pode alterar a estrutura do vegetal.” Nenhuma ameaça vinda do espaço.
Para reforçar a crença daqueles que acreditam na existência de seres extraterrestres, o site do FBI publicou, há algumas semanas, os documentos relacionados com o caso e considerados confidenciais. Segundo uma fonte citada em um documento da força aérea americana de 1950, foram encontrados em Roswell (Novo México) três discos voadores ocupados por “três corpos de forma humanóide de pelo menos um metro de altura e vestidos com um tecido metálico”. Candida Mammoliti prefere, no entanto, ser cautelosa. “Não sabemos se são documentos verdadeiramente autênticos”.
Porém, o que é certo, argumenta, é que os governos do mundo estão interessados em fenômenos extraterrestres. Um deles seria o da Suíça. “Luc Bürgin é um ufólogo de Basileia. Em um de seus livros foram publicados documentos da força aérea suíça dos anos 70, que se referem a relatórios detalhados de avistamentos.
Assim, pelo menos no passado, esses fenômenos eram estudados nas instalações militares da Suíça.” “Eu acho que a força aérea está ciente desses fenômenos – afirma Mammoliti – mas não se interessa muito pelo assunto. Para as forças armadas, o mais importante é a garantia da segurança nacional e os OVNIs não são, de forma alguma, uma ameaça.”
Os OVNIs, ou mais especificamente a vida extraterrestre é sem dúvida uma das questões que durante séculos tem dividido opiniões. Dos Maias até hoje, a questão OVNI foi tema de diversas publicações, imagens e debates.
O jornalista suíço Luc Bürgin publicou em 1999 um livro intitulado UFOs über der Schweiz: Das Dossiê der Luftwaffe (OVNIs sobre a Suíça: O Dossiê da Força Aérea).
O autor argumenta que os militares suíços possuíam documentos secretos do avistamento de objetos voadores não identificados. A existência dessa base de dados foi negada pelo Ministério da Defesa.
No livro são recolhidos alguns testemunhos de pilotos civis da então companhia aérea nacional Swissair.
Voo Basileia-Amsterdam, 1977: o piloto declara ter visto um objeto voador em uma velocidade incrível, movendo-se de forma anormal.
Voo Mumbai-Zurique, 1988: a partir do cockpit foi observado um objeto semelhante a uma estrela cadente, mas caia em velocidade muito lenta e seguia em ziguezague.
Voo Filadélfia-Zurique, 1997: um objeto se aproximou da aeronave a uma velocidade muito alta, sem fazer qualquer ruído ou interferências com os instrumentos. Os pilotos rejeitaram a explicação de que era um balão meteorológico.
Adaptação: Fernando Hirschy
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