Pescadores querem rios como no passado
As associações suíças de pesca esportiva e profissional lançaram a iniciativa popular "águas vivas", para reabilitar os rios e os peixes.
Os pescadores querem também a ampliação do direito de recurso das organizações ecológicas.
Se forem recolhidas 100 mil assinaturas até 6 de agosto de 2006, a iniciativa “águas vivas” será submetida ao voto popular. É um dos aspectos mais importantes da democracia direta na Suíça.
“Nossos peixes vão de mal a pior”, explicou sexta-feira (21.01) em Berna o presidente da Federação Suíça de Pesca (FSP), Werner Widmer.
“Desde 1980, a captura de trutas diminuiu de 60% na Suíça e, na parte alpina do Rio Reno, 16 das 17 espécies de peixes que restam estão ameaçadas de extinção”.
Os três ítens da iniciativa
A iniciativa popular “águas vivas (pelo renascer)”, lançada sexta-feira (21.01.05) estimula a revitalização das águas publicas e suas margens.
Em primeiro lugar, estipula que “os cantões restabeleçam o estado mais natural possível”. O segundo ítem prevê que “cada cantão institua um fundo de renaturação” e o terceiro precisa que o “direito de moção e de recurso das organizações nacionais de pesca, proteção da natureza e do meio ambiente seja inscrito na Constituição Federal”.
Acusações contra cantões e hidrelétricas
Os pescadores denunciam os efeitos nefastos das barreiras fluviais artificiais e as usinas hidrelétricas.
Elas impedem a ascenção natural dos peixes aos rios mais caudalosos e seus afluentes e também provocam enchentes artificiais quando aumenta ou diminui a demanda de eletricidade.
“Isso pode ocorrer várias vezes por dia com conseqüencias desastrosas: os organismos vivos são carregados pelas águas e depois ficam em lugar seco quando o débito é reduzido”, explica Werner Widmer.
A reprodução dos peixes é gravemente perturbada ou mesmo impedida, constatam os pescadores.
Eles se dizem também “muito preocupados pelo desrespeito pelos cantões de suas obrigações legais em manter a qualidade da água”.
Segundo a FSP, a lei federal sobre a proteção das águas (LEaux) de 1992 “ficou no papel” devido os laços privilegiados entre cantões (estados) e usinas hidrelétricas. Por isso, afirmam os pescadores, as usinas não respeitam seu dever de cuidar dos rios sem serem multadas.
swissinfo com agências
Desde 1980, a captura de trutas diminuiu de 60% na Suíça e no Reno alpino.
16 das 17 espécies existentes estão ameaçadas de extinção.
A Federação Suíça de Pesca reúne atualmente 406 associações de 22 cantões e 3 associações de pescadores profissionais.
Fundada em 1883, ela tem atualmente mais de 36 mil membros.
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