Suíça oferece alternativa de vacina sem RNAm
O governo suíço assinou um contrato com a empresa americana Janssen, parte do grupo de empresas Johnson & Johnson, para adquirir 150.000 doses de sua vacina contra a Covid-19, um modelo de vetor viral administrado em apenas uma dose.
Os cantões, que são responsáveis pela organização das vacinas, deverão receber a vacina no início da próxima semana e poderão oferecer principalmente às pessoas que não podem receber a vacina de RNA mensageiro por razões médicas.
Entretanto, o governo disse na quarta-feira que qualquer pessoa com mais de 18 anos que deseje ser vacinada pode receber a vacina Janssen.
A vacina foi aprovada para uso pela agência reguladora de medicamentos Swissmedic em março. Até agora, o país vinha oferecendo duas vacinas diferentes, ambas em duas doses, à sua população – desenvolvidas pela Moderna e pela Pfizer/BioNTech – que utiliza a tecnologia RNAm, um processo que injeta um fragmento do plano do coronavírus em células humanas para estimular o corpo a produzir uma resposta defensiva.
Por outro lado, a vacina Janssen pode ser administrada em uma única dose e é baseada em um vírus frio humano que contém a planta da proteína “spike” do novo coronavírus.
De acordo com as autoridades, a vacina oferece “muito boa proteção” contra a hospitalização e formas graves da doença. A Johnson & Johnson afirmou que pesquisas recentes mostram que a vacina é ainda mais eficaz quando administrada duas vezes.
Não recomendado para gestantes
A Comissão Federal de Vacinação e o Ministério da Saúde não recomendam a vacina Janssen para mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas, que em vez disso são aconselhadas a tomar as vacinas de RNAm. As vacinas de RNAm também são recomendadas para crianças de 12 anos ou mais.
Em comparação com outros países europeus, a aceitação da vacina é relativamente baixa na Suíça, com cerca de 58% da população totalmente vacinada. Uma pesquisa realizada em julho pelo grupo de pesquisa Sotomo e divulgada pelo jornal SonntagsZeitung revelou que a maioria dos não vacinados (72%) estava resistido devido a temores sobre a tecnologia RNAm. Os especialistas acreditam que disponibilizar uma vacina não-RNAm poderia ajudar a aumentar a taxa de vacinação.
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Boletim: Coronavírus na Suíça
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