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Suíços do estrangeiro apóiam naturalização facilitada

Cerca de 120 representantes de associações de suíços do estrangeiro participam da reunião do conselho da ASO em Winterthur. swissinfo.ch

Representantes de associações de suíços do estrangeiro, reunidos durante seu 82o. congresso em Winterthur, decidem apoiar a naturalização facilitada para os estrangeiros da segunda e terceira geração.

Ao mesmo tempo, os delegados se pronunciam pela ampliação dos acordos bilaterais firmados entre a Suíça e a União Européia.

Reunidos sob o tema “Inovação Tecnológica, um caminho para a Suíça”, iniciou-se hoje o 82o. Congresso dos Suíços do Estrangeiro. Os delegados de diversas associações estrangeiras de suíços decidiram, no primeiro dia do encontro, adotar posições políticas como apoiar as propostas de modificação das leis de naturalização e os projetos de abertura do país para a Europa.

Originários dos cinco continentes do planeta, os representantes foram unânimes em apoiar as propostas do governo suíço de modificar as leis de naturalização, que irão facilitar o acesso à cidadania suíça para descendentes de estrangeiros residentes no país em segunda e terceira geração.

Essa proposta de modificação constitucional deve ser submetida a plebiscito em 26 de setembro, assim que a União Democrática do Centro (UDC), um partido de direita, conseguir o número de assinaturas necessárias para colocar o tema em discussão popular, assim como manda a constituição.

Uma das modificações mais questionadas pelos políticos de direita é a cessão automática da nacionalidade suíça para os filhos de estrangeiro em terceira geração.

A lei para os descendentes não será afetada

Cabe assinalar que o presidente do Conselho da Organização de Suíços do Estrangeiro, Georg Stucky, precisou que o plebiscito não colocará em discussão a reforma já aprovada em parlamento, que favorece os descendentes de suíço nascidos no exterior. Essa lei possibilita a naturalização facilitada para todas as pessoas de origem suíça, que mantenham vínculos estreitos com sua pátria de origem.

“Mesmo que o povo suíço diga sim no plebiscito de setembro, a lei relacionada aos descendentes de suíço não será afetada. Esperamos que ela entre em vigor o mais rápido possível já no próximo ano, como solicitamos ao ministro da Justiça e Polícia, Christoph Blocher”, afirmou Stucky.

Acordos bilaterais e de Schengen

Ao mesmo tempo, o Conselho tomou posição a favor dos “Acordos Bilaterais II”, assinados entre a Suíça e a União Européia. Eles dizem respeito, entre outros, à ampliação da comunidade aos novos membros no leste europeu e a participação da Suíça no chamado “Espaço Schengen”, que prevê um controle mais efetivo das fronteiras externas da União Européia.

O maior interesse do governo suíço refere-se à livre circulação de pessoas e à troca de informações entre as polícias européias, para lutar contra a criminalidade e a imigração ilegal.

Um dos maiores defensores da abertura da Suíça para a Europa é o deputado federal de Genebra, Simon Egli. Este lembrou aos suíços do estrangeiro que participam atualmente no encontro em Winterthur, que os Acordos Bilaterais II significam uma grande oportunidade para a economia helvética, sobretudo pelos novos mercados que se abrem para a indústria suíça nos países do leste europeu.

Quanto ao perigo de “dumping” salarial, denunciado pór grande parte dos sindicatos suíços, Simon Egli, que também é vice-presidente da ASO, explicou que esse aspecto está regulamentado por uma série de medidas de acompanhamento, para impedir que o mercado de trabalho suíço seja invadido por mão-de-obra barata no primeiro momento.

Escolas suíças no exterior e swissinfo

Ao mesmo tempo, os representantes das associações de suíços do estrangeiro manifestaram seu apoio e solidariedade às escolas suíças e ao portal de informação swissinfo. O informa da ASO, aprovado na assembléia de 120 delegados, considera que o governo suíço deve manter seu apoio financeiro a essas instituições suíças.

Nicolas Lombard, diretor da swissinfo, explicou aos participantes o processo de transformação da antiga Rádio Suíça Internacional na plataforma multimídia swissinfo e solicitou seu apoio. Através do trabalho de “lobby” dos suíços do estrangeiros, será possível sensibilizar os membros do Parlamento federal para que não ocorram mais cortes financeiros no serviço de informação sobre a Suíça.

Novos membros e a situação dos suíços na Argentina

Georg Stucky, presidente da ASO, ressaltou que a situação de muitos descendentes de suíços residentes na Argentina continua muito precária, sobretudo devido à gravidade da atual situação econômica do país.

“Devido à crise, muitos dos nossos compatriotas não têm mais condições de pagar suas cotizações ao fundo de pensão suíço. Dessa forma, eles irão perder seus direitos e as esperanças de receber um dia uma aposentadoria mais digna”.

Para avaliar a situação, a organização obteve do ministério das Relações Exteriores a promessa de criação de um fundo de emergência para os casos mais urgentes. No sábado (21.08), os congressistas esperam a presença da ministra Micheline Calmy-Rey para solicitar o apoio imediato aos suíços necessitados.

Por último, o conselho aceitou o ingresso de novas associações de suíços do exterior como o Clube Suíço de Paris e o Círculo Suíço de Santa Cruz, na Bolívia.

A reunião dos representantes da chamada “Quinta Suíça” (que significa o quinto grupo, depois das culturas alemã, francesa, italiana e reto-romana que vivem no país) prosseguirá com um debate sobre temas relacionados à inovação tecnológica e o futuro da Suíça.

swissinfo, Alberto Dufey e Alexander Thoele

O conselho da Associação dos Suíços do Estrangeiro (ASO) é composto por 150 membros, designados pelas organizações de suíços do estrangeiro. Eles são somados por 40 membros nacionais, designados por autoridades suíças.

No total, participam cerca de 300 suíços e descendentes no 82o. Congresso dos Suíços do Exterior, que se realiza de 20 a 22 de agosto em Wintherthur, uma cidade distante meia hora de Zurique.

Para a América Latina, participam representantes da Argentina, México, Brasil, Venezuela, Equador e Uruguai.

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