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Trabalhadores estrangeiros são discriminados na Suíça

Encontram emprego é mais difícil para os estrangeiros. Keystone

Até os estrangeiros de segunda geração, nascidos na Suíça, ainda são discriminados no mercado de trabalho.

Para os adultos que chegam à Suíça, a dificuldade ainda é maior. Sexta-feira foi o dia nacional da integração ao mercado de trabalho.

Dois estudos recentes demonstram que existe discriminação no mercado de trabalho em relação aos estrangeiros, na Suíça.

Com a mesma qualificação e falando a língua sem sotaque, um jovem estrangeiro tem menos chance de encontrar emprego do que um jovem suíço.

É o que demonstra o estudo “Passaporte ou diploma?” feito pelo programa “Formação e Emprego” do Fundo Nacional suíço de Pesquisa Científica. O estudo comparou os chamdos “secondos”, imigrantes de segunda geração nascidos ou que chegaram crianças ao país e que, portanto, estudaram na Suíça.

A discriminação é uma realidade

Para a cientista política Rosita Fibbi, do Fórum Suíço para Estudos de Migrações (FSM), uma dos autores do estudo, agora existe um elemento novo no debate sobre as migrações.

“Chegamos à conclusão que a discriminação é uma realidade no mercado de trabalho, o que ainda não tinha sido demonstrado; a sociedade terá de decidir os imigrantes que cresceram aqui se ela quer integrá-los ou não.”

O estudo concluiu que os jovens turcos e ex-yugoslavos têm uma rejeição de 59% na Suíça de língua alemã e de 24% na Suíça de expressão francesa. Os jovens portugueses têm uma média nacional de rejeição de 10%.

Tudo começa na escola

Ao que tudo indica, a discriminação tem raízes profundas. “A escola e depois?”, estudo encomendado pela Divisão Federal de imigração, integração e emigração analisou a passagem do sistema escola ao mercado de trabalho e concluiu que o problema começa na escola.

Para Thomas Meyer, um dos autores do estudo “não existe igualdade no sistema escolar desde o primeiro dia de aula: com capacidades iguais, um jovem emigrante têm muito menos chance de começar uma aprendizagem, depois da escola obrigatória, do que um jovem suíço.”

Ana Maria Witzig, especialista em formação profissional e promoção da integração na Comissão Federal de Estrangeiros, vai mais longe e afirma que o problema começa antes da escola, com os pais das crianças estrangeiras.

“Os pais vieram de outro sistema escolar e é fundamental que eles compreendam o sistema escolar suíço para orientar os filhos.” Ela explica que na escola suíça, “a seleção começa muito cedo: ao final do jardim infantil, as crianças já podem ser orientadas para certas classes que podem determinar seu futuro profissional.”

A Comissão Federal de Estrangeiros (CFE) é composta de 30 membros, metade suíços e metade estrangeiros representantes de associações. Tem também um secretariado permanente que elabora propostas para melhorar a integração dos estrangeiros. Tem papel consultativo para o governo federal.

Novas leis

Não existe atualmente uma lei que proteja os trabalhadores estrangeiros da discriminação.

“Nosso primeiro desafio será alertar para essa situação”, afirma a cientista política Rosita Fibbi. “Depois que o problema for reconhecido é que poderemos encontra uma solução mais ainda estamos longe disso.”

swissinfo, Claudinê Gonçalves

25% da mão-de-obra na Suíça é estrangeira.
Não raro, os salários dos estrangeiros são inferiores.
50% dos desempregados são estrangeiros, ou seja, o dobro dos suíços.

– Os estrangeiros de segunda geração sofrem discriminação no mercado de trabalho, mesmo se nasceram e estudaram na Suíça.

– Um estudo demonstrou que o país de orígem é um fator decisivo para o empregador convocar um candidato para uma entrevista.

– Os estrangeiros originários da União Européia são menos discriminados. Os que sofrem maior discriminação são os ex-yugoslavos.

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