Vinhateiros com saudades dos portugueses

Está cada vez mais rara a mão de obra para a colheita da uva Keystone

Chegou a época da vindima. Os vinhateiros suíços encontram sérias dificuldades em encontrar trabalhadores dadas as limitações impostas pela legislação suíça. O trabalho ilegal ganha terreno e a apreciada mão-de-obra portuguesa se torna rara...

Com uma economia mundial boa de saúde, e em particular o setor da construção em pleno desenvolvimento, os vinhateiros suíços, principalmente na região de língua francesa – onde a cultura da uva é mais importante que nas regiões de línguas alemã e italiana e a qualidade dos bons vinhos já começa a competir com os da França – enfrentam sérias dificuldades para encontrar mão-de-obra para a colheita.

Os trabalhadores portugueses, abundantes nos anos 80 e 90, tornam-se uma raridade, porque com a boa conjuntura em Portugal, eles acham emprego na pátria.

A legislação suíça privilegia contratação dos cidadãos da União Européia, praticamente excluindo as outras partes do mundo, a não ser especialistas de alto nível. Por outro lado os suíços desprezam trabalhos penosos e geralmente mal remunerados. Resta então aos vinhateiros contratar trabalhadores clandestinos.

É o que vem acontecendo, com aumento de cidadãos do Leste Europeu, que oferece mão-de-obra abundante e barata.

As autoridades geralmente fecham os olhos diante de tal situação, até porque a legislação federal não exige contrato de trabalho para ocupações que não ultrapassem 8 dias.

Mas os sindicatos estão de olho. Representantes do Sindicato Indústria e Construção (SIB) têm percorrido vinhas informando os trabalhadores sobre os direitos deles.

swissinfo com agências.