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Zoológico ajuda a preservar florestas do Madagascar

A chuva artificial cria o ambiente natural de uma floresta tropical. Keystone

Um projeto de conservação do Zoológico de Zurique teve sucesso não apenas em ajudar a preservar as florestas tropicais do Madagascar, mas também a melhorar as condições de vida dos habitantes na região.

Dez anos depois de ter iniciado o trabalho na ilha, o zoológico converteu diversos agricultores às suas idéias de preservação. Há quatro anos a instituição ganhou sua própria réplica de uma floresta tropical em Zurique.

O Zoológico de Zurique investe 118 mil francos (US$ 100 mil) por ano em vários projetos no Madagascar para financiar a contratação de guardas-florestais e infra-estrutura no parque nacional e melhorar os métodos de plantação de arroz, irrigação e fornecimento de água potável para as aldeias das cercanias.

Há quatro anos, o zoológico criou sua própria réplica de uma floresta tropical do Madagascar, colocando-a dentro de uma biosfera em Zurique. O objetivo é não apenas permitir a pesquisa do ecossistema da região, mas também preservar a flora e a fauna, o que permitirá sua reintrodução no seu habitat natural no futuro.

Para realizar o projeto, o Zoológico de Zurique juntou suas forcas com a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (Wildlife Conservation Society) para ajudar a proteger o recém-criado Parque Nacional de Masoala no Madagascar.

Rochel Rakotonarivo, vice-cônsul malgaxe na Suíça, considera o trabalho dos cientistas helvéticos importante. “O esforço do Zoológico de Zurique tem sido vital na batalha de conservar o maior parque nacional do nosso país, localizado numa península ao noroeste, da destruição promovida pelos agricultores”.

A ilha abriga apenas uma pequena parte da sua floresta primaria, mas continua sendo um dos lugares mais ricos do planeta em termos de biodiversidade, com diversas espécies de fauna e flores endêmicas.

O isolamento biogeográfico do Madagascar e sua variedade de climas e relevos permitiram o desenvolvimento de espécies únicos no mundo como o lêmure cinza do lago Alaotra (Hapalemur alaotrensis), o único primata do mundo a viver em juncais.

Destruição da floresta

“Com o projeto do Zoológico de Zurique, Podemos agir antes que a região seja explorada e destruída pelo homem. O desenvolvimento do parque precisa funcionar paralelamente com a educação ecológica. Muitas vezes é a própria população que não entende a necessidade de privilegiar os animais e a flora. Para nós, o governo e o Zoológico, esse trabalho envolve a melhoria da situação financeira das famílias”, declara o diplomata.

Uma grande parte das florestas virgens do Madagascar foi destruída pelos agricultores pela necessidade de abrir espaço para as plantações de arroz, uma necessidade vital frente ao crescimento populacional.

Se o problema permanece, Alex Rübel, diretor do Zoológico, diz acreditar que a maior parte dos habitantes já se orgulha da existência do parque, sobretudo depois deste ter sido declarado patrimônio natural da UNESCO no começo do ano.

Educação em primeiro lugar

O grande esforço é ajudar os agricultores a diversificar sua economia, investindo, por exemplo, na produção de mel ou de baunilha. Especialistas do Zoológico de Zurique passam uma grande parte do seu tempo dando cursos para os habitantes da região do parque sobre a importância da preservação ambiental. Eles planejam abrir em breve um centro de formação com salas de aulas e outras infra-estruturas necessárias.

“Para conservar a ultima grande floresta tropical nessa península, é importante que trabalhemos juntos com os habitantes das aldeias limítrofes. Queremos oferecer educação para dar-lhes orgulho de proteger o que está logo ao lado das suas casas. Até então, a maior parte deles via a floresta apenas como um espaço a ser aberto para as plantações de arroz. Muitas vezes eles só tinham consciência da amplitude da destruição quando a floresta já havia desaparecido. Agora tentamos mostrar o seu caráter único e assim, esperamos, eles irão compreender como ela é importante para a sua vida”, declara Rübel.

swissinfo, Matthew Allen

Madagascar é quatorze vezes maior do que a Suíça.

Ela é a quarta mais larga ilha no mundo e tem uma população estimada de 15 milhões de pessoas.

Apenas um por cento das florestas virgens do país ainda estão intactas.

O Parque Nacional de Masoala, situado ao nordeste do Madagascar, é a maior das áreas protegidas da ilha. Criado em 18 de outubro de 1997, o parque protege 2,300 km² de florestas pluviais e 100 km² de parques marinhos.

O parque contém 1% do total da biodiversidade do mundo.

O pavilhão tropical Masoala do Zoológico de Zurique custou 52 milhões de francos suíços (US$ 44 milhões) para ser construído, tem um espaço de utilização de 11 metros quadrados e um volume de 200 mil metros cúbicos.
Ele abriga centenas de espécies de plantas e 50 diferentes espécies de animais – no total, 300 animais.
A temperatura interna na biosfera varia entre 20 e 30 graus, refletindo as estações do inverno e verão. A umidade do ar é de 80%
Um sistema de canos através do pavilhão borrifa cerca de 6 milímetros de “chuva” por dia.

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