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Com Biden resistindo, colegas democratas encaram dilema

Por Stephanie Kelly e Nandita Bose

(Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, rejeitou pedidos para que abandone a disputa pela presidência contra o adversário republicano, Donald Trump, apresentando um desafio para colegas democratas preocupados que a sua idade dissuadirá os eleitores.

“Vou concorrer e vou ganhar novamente”, disse Biden, 81 anos, a apoiadores em um discurso contundente em Madison, Wisconsin, na sexta-feira. Depois, ele concedeu uma entrevista à emissora ABC News em que defendeu que é o melhor candidato democrata para impedir que Trump, 78 anos, recupere a Casa Branca na eleição de 5 de novembro e que apenas o “Senhor Todo-Poderoso” pode convencê-lo do contrário.

Biden encara uma revolta do seu próprio partido para encerrar sua campanha, após uma atuação instável e hesitante contra Trump em um debate em 27 de junho, que inclui doadores, parlamentares e alguns estrategistas e autoridades democratas. Os eventos de sexta-feira, especialmente a muito esperada entrevista à ABC, pareceram fazer pouco para aliviar as preocupações dos democratas.

Nos próximos dias, os membros do partido podem decidir se apoiarão o presidente ou se agirão rapidamente para afastá-lo, correndo o risco de retaliação da Casa Branca se Biden se recusar.

O líder da minoria na Câmara dos EUA, Hakeem Jeffries, marcou uma reunião virtual para domingo com democratas sêniores da Casa para discutir a candidatura de Biden e o caminho a seguir, segundo a NBC News.

Alguns parlamentares democratas da Câmara estão circulando duas cartas diferentes pedindo para que Biden deixe a campanha, segundo fontes democratas da Câmara. Muitos desses parlamentares estavam esperando para ver a entrevista à ABC News antes de seguir em frente.

Em uma publicação no X, a deputada Angie Craig, de Minnesota, tornou-se neste sábado a quinta democrata da Câmara a pedir que Biden “se afaste a favor da próxima geração de líderes”.

Algumas pesquisas mostram a vantagem de Trump sobre Biden se ampliando, e democratas temem que as preocupações sobre o presidente possam ter um peso em outras disputas eleitorais. O senador Mark Warner, da Virginia, planeja uma reunião na segunda-feira para discutir a candidatura de Biden.

Mas Biden teve seu melhor desempenho até agora em uma pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult em Estados cruciais, com Trump liderando Biden por apenas dois pontos percentuais, por 47% a 45%, nos eleitorados críticos necessários para vencer a eleição de novembro.

Biden passará o sábado em casa em Wilmington, Delaware, sem eventos públicos na agenda, embora muitas vezes ele compareça a uma missa noturna. Terá um dia ocupado no domingo, com dois eventos de campanha na Pensilvânia, em Filadélfia e Harrisburg.

Um ponto positivo para Biden chegou no começo deste sábado, quando o grupo militante palestino Hamas aceitou uma proposta dos EUA para começar negociações para libertar reféns israelenses, incluindo soldados e homens, o que pode abrir caminho para um cessar-fogo para encerrar a guerra de nove meses entre Israel e Hamas em Gaza.

(Reportagem de Stephanie Kelly, Nandita Bose e Andrea Shalal)

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