Confronto entre Petro e Trump racha a coalizão governista na Colômbia
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, enfrenta um novo revés político nesta quarta-feira (29), depois que um partido aliado rompeu formalmente com seu governo de coalizão, alegando passos em falso como seu recente enfrentamento com o presidente americano, Donald Trump.
O Partido Liberal Colombiano, o mais antigo do país e o mais numeroso atualmente na Câmara Baixa, declarou formalmente sua posição de independência, afastada da coalizão legislativa alinhada a Petro.
O partido fundamentou sua decisão em uma série de razões, que incluem “as tensões nas relações com os Estados Unidos”, anunciou, em um comunicado, o ex-presidente da Colômbia César Gaviria (1990-1994), dirigente desta força política.
No fim de semana, a decisão de Petro de recusar os aviões militares americanos que transportavam colombianos deportados dos Estados Unidos virou notícia internacional e provocou um breve confronto com Trump, que teve grande repercussão.
Os dois presidentes usaram as redes sociais para trocar ofensas pessoais e ameaças de tarifas alfandegárias punitivas de 25% a 50% em uma disputa que se estendeu até as altas horas de domingo.
O incidente causou comoção na classe diplomática, política e econômica em Bogotá, que se apressou para evitar uma guerra comercial, que abalaria a economia colombiana e poria em risco milhares de empregos.
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da Colômbia e o destino de produtos valiosos do país sul-americano, como petróleo, café e flores.
“O Partido Liberal não será cúmplice de decisões que violem os direitos dos cidadãos, nem de políticas que ameacem a estabilidade do país”, acrescentou o partido em seu comunicado.
Os liberais já tinham se distanciado da coalizão esquerdista de Petro, mas a ruptura formal poderia dificultar a aprovação de projetos de seu governo de esquerda, entre eles reformas no sistema de saúde e trabalhista.
O Partido Liberal tem 13 senadores e 33 representantes (deputados) na Câmara Baixa. Na Colômbia, a aprovação de leis costuma requerer coalizões ad hoc e intensas negociações entre cerca de 20 partidos políticos.
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