Amazônia real está exposta na Suíça
A Amazônia brasileira contada por seus habitantes, com seus problemas mas também com projetos que dão certo e melhoram a vida cotidiana das pessoas.
Depois de São Paulo, Rio e Paris, “Amazônia Brasil” está em Lausanne, oeste da Suíça, até 8 de outubro.
Já que muito poucos brasileiros vão à Amazônia, é ela que vem às pessoas. Muito falada, fotografada e filmada, a Amazônia fascina o mundo inteiro mas geralmente esquece-se que cerca de 30 milhões de pessoas vivem na região. A exposição “Amazônia Brasil” é visa apresentar uma visão realista e atual da Amazônia brasileira do ponto de vista de seus habitantes.
Os guardiões da floresta
– Dos 22 milhões de pessoas que vivem na Amazônia brasileira, dois terços já estão nas cidades. Apesas 5 milhões vivem a floresta. São elas as guardiãs da Amazônia. Onde elas vivem, a floresta está preservada. Se vocês quiserem ajudar a Amazônia, têm de ajudar essas pessoas, afirmou o médico Eugênio Scannavino Netto, idealizador e coordenador-geral da exposição e fundador da ONG Saúde e Alegria, que trabalha em Santarém, no Pará, desde 1985.
Depois de ter sido mostrada em São Paulo em 2002, no Rio em 2004 e em Paris em 2005, “Amazônia Brasil” fica em Lausanne, oeste da Suíça, até 8 de outubro, financiada por patrocinadores suíços. A próxima etapa prevista será Berlim, em 2007.
Objetivos bem definidos
– É claro que para quem conhece a Amazônia, a exposição é pequena mas, para quem não conhece, é um bom começo”, afirma Malu Ramos, coordenadora da exposição em Lausanne, concebida e realizada pela Fare Arte, empresa de São Paulo.
Entre os objetivos da exposição estão apresentar uma visão realista da Amazônia brasileira e de suas comunidades, sensibilizar o público para os problemas da Amazônia e do meio ambiente em geral e apresentar experiências positivas de Ongs e governos, de cooperações nacionais, internacionais e do setor privado.
A exposição começa com a sala sensorial em que as paredes são cobertas com fotos-satélites da Amazônia. Também tem armações de galhos e ninhos de pássaros de verdade, algumas pirogas e uma enorme mesa com sementes da floresta.
A segunda sala é dividida em duas partes: de um lado a vila amazônica, como a casa de um seringueiro, uma casa de farinha, outra que representa um ervanário do “Ver o Peso”, mercado de Belém onde se vendem remédios da floresta; de outro, uma série de vídeos mostram experiências científicas com projetos concretos em andamento.
O olhar das crianças
A terceira sala é de projeção de vídeos com dois telões com imagens dos rios e de festas indígenas e os visitantes sentam-se num tronco de árvore.
A parte mais chocante é a sala que representa a destruição da floresta. Manchetes de jornais, sempre atualizadas, se superpõem às fotos em branco e preto do desmatamento. Troncos de madeira queimada circundam o piso da sala e a iluminação também ajuda a dar uma aspecto trágico ao ambiente.
Para não ficar no trágico, a sala seguinte é a das experiências positivas. Segundo Eugenio Scannavino Netto, há mais de mil projetos em andamento na Amazônia brasileira. A sala mostra uma seleção de dez desses projetos de ONGs em diversas setores, com informações detalhadas e um computador conectado com os sites de cada uma das organizações responsáveis por esses projetos.
A exposição termina com a sala de produtos e design, com ambiente de desfile de modas em que estão expostos peças artísticas de artesanato, incluindo vestidos de fibras e borracha natural, tudo com material amazônico.
– O mais gratificante é o olhar curioso das crianças das escolas que vêm à exposição acompanhadas de seus professores, afirma Malu Ramos, diretora-executiva da exposição.
Ao final da exposição, o visitante ainda pode saborear sucos e sorvetes da Amazônia e comprar artesato autêntico da região.
swissinfo, Claudinê Gonçalves
“Amazônia Brasil” fica até 8 de outubro no Palais de Beaulieu, em Lausanne, oeste da Suíça, das 10 às 19 horas.
– “Amazônia Brasil” é uma exposição para mostrar a região do ponto de vista de seus habitantes.
– 22 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira, dois terços nas cidades. A floresta é preservada onde há população (cerca de 5 milhões de pessoas).
– Por questão de espaço, a exposição apresentada em Lausanne, oeste da Suíça, é uma versão um pouco reduzida das edições de 2002 (São Paulo), 2004 (Rio de Janeiro) e 2005 (Paris). A próxima etapa provável será Berlim (2007).
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