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Segurança do WEF custa 7 milhões de dólares

Soldados cerca um heliporto de Davos com arame farpado. Keystone

A presença recorde de 43 chefes de Estado e de governo no Fórum Econômico Mundial é um desafio inédito para a polícia Suíça.

Apesar disso, Davos tenta evitar uma imagem de prisão de segurança máxima. A polícia também tem trabalho para impedir protestos contra o WEF em outras cidades suíças.

Enquanto os líderes mundiais se reúnem esta semana na “fortaleza” do Fórum Econômico Mundial (WEF), os críticos da globalização protestam na Suíça ou discutem num ambiente tranquilo e sem grande presença policial no Fórum Social Mundial em Belém.

O forte esquema de segurança baniu há anos as manifestações truculentas contra o WEF em Davos. Os críticos da globalização buscam outros palcos para seus protestos, nem sempre com sucesso. Nesta terça-feira, por exemplo, 21 ativista tibetanos foram presos em Berna durante a visita à capital suíça da delegação chinesa que participa do WEF (veja link ao lago).

Markus Reinhardt, comandante da polícia estadual do estado do Grisões e pela 25ª vez chefe de segurança do WEF, usa sempre a mesma linha. “Um dispositivo de segurança só pode ser eficiente se for mantido em sigilo. Por isso, ele não revela quantos policiais estão a postos em Davos (imprensa fala de 4.400 policiais e 4.500 soldados do exército).

Ele revela apenas que recebeu reforços de todos os estados suíços e do Principado de Liechtenstein. Segundo Reinhardt, a segurança do WEF não depende do número de pessoas que se encontram em Davos.

Gás lacrimogêneo e balas de borracha

A principal tarefa este ano, porém, é a proteção aos 43 chefes de Estado e de governo. Eles têm direito a uma proteção especial com base no direito internacional, o que deve ser garantido pela polícia. O contribuinte suíço paga a conta.

Davos continua acessível a qualquer pessoa, mas a vias de acesso são todas controladas. A segurança do WEF custa 8 milhões de francos (7 milhões de dólares). Nas primeiras edições do encontro, não custava mais do que algumas centenas de milhares de francos.

A tática de espantar os críticos funciona. Segundo Reinhardt, não ocorreram mais momentos críticos desde 1999, quando a onda antiglobalização atingiu Davos e foi contida com gás lacrimogêneo e balas de borracha. As manifestações organizadas anualmente pelo Partido Verde de Davos mais parecem uma passeata folclórica.

Descentralização dos protestos

Os protestos contra o WEF foram descentralizados em termos de “tempo e lugar”, diz Reinhardt. Davos não é mais o alvo principal. Hoje os protestos – autorizados ou não – ocorrem em diversas cidades suíças.

Temendo a ocorrência de violentos tumultos, o governo do estado de Genebra proibiu na semana passada a manifestação anti-WEF planejada para 31 de janeiro. “Não estamos tratando de um movimento popular e sim de um grupo de pessoas que vem aqui para criar tumulto”, alegou o secretário estadual de segurança, Laurent Moutinot.

Apesar da proibição, os organizadores mantém a manifestação. O promotor público de Genebra, Daniel Zapelli, advertiu que será necessário respeitar a ordem da polícia de dissolver a manifestação.

Na noite de domingo, cerca de 80 pessoas queriam participar de um protesto anti-WEF não autorizado em Solothurn, no centro-oeste da Suíça, onde ocorria o Festival de Cinema Suíço, mas foram dispersadas pela polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha.

swissinfo com agências

O Fórum Econômico Mundial 2009 reunirá mais de 2.500 participantes de 96 países, de 28 de janeiro a 1° de fevereiro. O tema principal é “Redesenhar o mundo depois da crise”.

Entre as personalidades aguardadas estão Vladimir Putin, Angela Merkel, os primeiros-ministros chinês Wen Jiabao, japonês Taro Aso e britânico Gordon Brown, os ministros franceses Bernard Kouchener e Christine Lagarde, o secretário-geral da ONU, o presidente da Comissão Européia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e muitos outros.

Muitos participantes vêm em jatinhos particulares. As autoridades suíças calculam que mil vôos adicionais chegarão ao país esta semana em função do WEF.

swissinfo.ch

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