Amizade Internacional Cristã versus Lutz
ICF (International Christian Fellowship) é uma das igrejas livres mais importantes da Suíça. Seu sucesso e rápido desenvolvimento fazem dela um tema de interesse público por vezes apaixonante e até inquietante. Criada sobre o modelo das grandes igrejas americanas, ela nasceu em Zurique no final dos anos 1990.
Em maio de 2011, o fotógrafo Christian Lutz encontra Léo Bigger, o pastor e fundador do movimento evangélico ICF. Ele o apresenta a outros líderes da igreja, que recebem do fotógrafo uma apresentação do seu projeto, os livros já realizados, as idéias e o contexto da trilogia.
Ele recebe o consentimento dos responsáveis, que lhe abrem as portas da sua comunidade. Depois o fotógrafo pede sistematicamente autorizações aos organizadores de cada uma das atividades do ICF do qual queria participar e fotografar. Ele acompanha diversas viagens e campos de férias organizados pela igreja e assiste a todo o tipo de evento. Ele encontra os membros da igreja, troca constantemente idéias com eles e fala abertamente do projeto.
Apesar do esforço, o livro “In Jesus’ Name” é proibido por uma queixa judiciária. 21 queixas individuais, vindas de pessoas que aparecem na obra, são feitas contra Christian Lutz e seu editor, sob o motivo de atentar contra o direito à imagem.
Imagem N° 3
Conteúdo da queixa: “O requerente 8, 25 anos de idade, usa um uniforme camuflado com tecido cobrindo o rosto. Ele parece exausto e olha para o vazio. Ele não está olhando para o homem situado à esquerda. O que o papel executado pelos participantes tem a ver com o exército não está claro. Além disso, o que a religião tem a ver com o serviço militar?”
Imagem N° 4
Conteúdo da queixa: “O requerente 17, 21 anos de idade, é o homem que está à esquerda, com uma camiseta amarela. Suas mãos estão apoiadas nas pernas de uma criança menor de idade. Ela está sentada e cobre os rostos com as mãos. A imagem não permite de compreender a intenção do requerente. A foto pode ter efeito, frente a um terceiro, de uma motivação sexual. O modo ofensivo de representação e aqui ofensivo para a pessoa.”
Imagem N° 4
Conteúdo da queixa: “A requerente 4, 20 anos de idade, está no centro da imagem número 15. Ela tem os olhos fechados. A foto dá a impressão que ela quer batizar uma outra jovem, que está sentada dentro de uma banheira. Ao fundo, pranchas de snowboard que, segundo a sua disposição, devem estar secando. A imagem provoca um efeito condescendente para o espectador. Como pode se tratar de um batismo ou de uma reza, o espectador poderá esperar que o “ritual” ocorra em um ambiente adequado e não em uma sala de banho ou um lugar úmido. Ou então: a jovem na banheira estaria cortando suas veias? O texto ao fim do livro conduzirá a essa interpretação.”
Imagem N° 10
Conteúdo da queixa: “A fotografia número 14 é uma das mais extremas do livro. A imagem poderá dar a impressão de pedofilia. Pois, seria possível imaginar que o requerente 11a, que traja uma camisa verde, engravidou a requerente 11a, com 14 anos de idade (!) sentada na sua frente. Pior ainda: seria possível imaginar que a foto está mostrando os membros de uma seita que permite a poligamia ou autoriza relações sexuais com crianças. De fato e verdadeiramente, o requerente 11a é o pai da requerente 11b. O requerente 7 olha o chão e outros homens têm os seus olhos fechados, como se todos tivessem vergonha. A foto foi feita na ocasião do evento “pais e filhas”. A imagem tem dois – até vários – sentidos e induz ao erro para o observador. A imagem leva à confusão e atenta contra a pessoa do requerente 7 e 11a, assim como a da requerente 11b.”
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