Documentários trazem à tona o desassossego brasileiro
Começa amanhã em Zurique a terceira edição do Cine Brasil Marginal, um festival de documentários brasileiros com temática, e produção, fora do circuito comercial. Uma rara oportunidade para assistir trabalhos que dificilmente chegarão às telas convencionais de cinema ou aos serviços de streaming, como Amazon e Netflix, além de servir para reflexão sobre assuntos que movimentam o atual cenário político brasileiro.
O festivalLink externo abre com o documentário “Auto de Resistência” (2018), de Natasha Neri e Lula Carvalho, eleito pelo júri oficial do festival É Tudo Verdade (São Paulo) como melhor documentário brasileiro de longa e média metragem no ano passado. No momento em que o país começa a acordar para a real dimensão do poder das milícias e do crime organizado no interior do aparato policial, o filme enfoca homicídios cometidos por policias contra civis.
O Cine Brasil Marginal é organizado pelo coletivo TaocaLink externo, com apoio do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Zurique. O Taoca também promove encontros, debates e eventos sobre temas enfocando a pluralidade, diversidade, e direitos humanos. Os filmes serão exibidos na versão original em português com legendas em inglês.
O sucesso das duas edições anteriores rendeu a organização de uma edição do festival no Brasil, ocorrida ano passado em Curitiba.
Na abertura, o festival também recebe a deputada estadual pelo Rio de Janeiro Mônica Francisco, uma das quatro “sementes de Marielle Franco”, como ficaram conhecidas as assessoras da vereadora assassinada que foram eleitas para cargos públicos no ano passado. Natural da favela do Borel, Mônica Francisco é pastora evangélica e ativista pelos direitos dos negros e favelados, e debaterá com o público sobre os desafios de atuar na oposição ao novo governo.
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