Comissão dá voto favorável à swissinfo
Comissão de Transportes e Telecomunicações da Câmara dos Deputados rejeita o desmantelamento da swissinfo como previsto pela direção da SRG SSR idée suisse.
Através de uma maioria de dois terços dos votos, ela exige que o governo federal financie a metade do orçamento do portal de informações em nove idiomas.
Depois da comissão de política estrangeira (dia 5 de abril) outra comissão parlamentar da Câmara dos Deputados manifesta-se contra o desmantelamento de swissinfo/Rádio Suíça Internacional.
Terça-feira (03.05), a comissão federal de transportes e telecomunicações votou por 14 votos a 7 uma resolução contra o desmantelamento de swissinfo. A decisão exige que o governo federal volte a subvencionar metade do orçamento do portal internet em nove línguas.
Em 22 de março último, o conselho de administração da Rádio e Televisão suíça (SRG-SSR idée suisse) anunciou a decisão de manter em swissinfo apenas uma pequena redação em inglês e um jornalista em cada uma das três redações em línguas nacionais (alemão, francês e inglês).
Segundo esse plano, seriam fechadas as redações em português, espanhol, árabe, chinês e japonês) reduzindo assim drásticamente o portal de informações destinado aos suíços do estrangeiro e aos estrangeiros que se interessam pela Suíça.
Mas a decisão da SSR requer ainda a aprovação de instâncias políticas e suscita oposições como a da comissão de política estrangeira e da comissão de transportes e telecomunicações.
Depois de audições
Antes de tomar uma posição, essa comissão ouviu e questionou, terça-feira, o presidente do conselho de administração da SSR, o diretor de swissinfo, um representante do sindicato da categoria e um diplomata do Ministério das Relações Exteriores.
A conclusão – votada por 14 votos a 7 – é que é necessário manter as subvenções federais para evitar o desmantelamento de swissinfo/SRI.
Textualmente, a comissão deseja que a Confederação assuma metade dos custos de produção de informações destinadaas ao estrangeiro. Esse menção deve constar explicitamente no artigo 31 da nova lei sobre o rádio e a televisão (LRTV), discutida atualmente no Parlamento.
“A comissão quis enfatizar que há uma vontade indiscutível no Parlamento de manter swissinfo e alocar para isso os recursos financeiros necessários”, afirma um comunicado divulgado pelos deputados.
Segundo a Secretaria Federal de Comunicações, o montante da subvenção é impossível de ser calculado por enquanto. Ele deverá ser negociado periódicamente entre a Confederação e a SSR.
A questão deverá ser submetida à plenária da Câmara dos Deputados na sessão de outono, em meados de setembro.
Exigência dupla
Os sindicatos três sindicatos dos setor de comunicações reagiram à posição tomada pela comissão. “Esse decisão se opõe claramente ao plano da SRG-SSR idée suisse que prevê destamantelar swissinfo”, constatam SSM, Comedia e Impressum.
“O mundo político apóia assim a voz da Suíça no estrangeiro e reconhece seu valor essencial no plano econômico e político”, acrescentam os sindicatos, que também exigem que a SSR abandone imediatamente o plano de desmantelamento de swissinfo.
“Está fora de questão tomar uma decisão definitiva antes da entrada em vigor da nova lei LRTV. Legalmente, a SSR não tem o direito de aplicar seu plano hoje”, afirmam os sindicatos.
A segunda exigência dos sindicatos é dirigida ao Ministério do Meio Ambiente, Transportes e Comunicação (DETEC).
“Como autoridade competente de decisão, o DETEC deve conter o plano de desmantelamento de swissinfo previsto pela SSR”. Os sindicatos pedem também que seja rejeitado o pedido de modificação da concessão de swissinfo, solicitado pela SSR. “A concessão só deve ser modificada quando a nova lei entrar em vigor”.
Reação da SSR
“Nada será feito antes da aprovação do DETEC, nossa autoridade de controle”, afirmou o presidente do conselho de administração da SSR, Jean-Berard Münch.
“O retorno a uma subvenção de 50% seria um passo na boa direção”, reconheceu Münch em entrevista à rádio de expressão francesa RSR. É claro que estamos prontos a discutir com o DETEC maneiras de melhorar nosso plano, principalmente outras línguas além do inglês, alemão, francês e italiano”.
Em comunicado oficial, a direção da SSR confirma que o plano apresentado ao DETEC prevê a supressão das redações em português, espanhol, árabe, chinês e japonês. Afirma também que “é possível retomar prestações a serem suprimidas se o financiamento é garantido de maneira duradoura”.
Desaprovação
Como lembrete, a SSR decidiu limitar swissinfo à uma redação em inglês com 7 jornalistas (hoje são 13) e a três jornalistas (um em alemão, outro em francês e outro em italiano).
Todas as outras redações – português, espanhol, árabe, chinês e japonês – seriam fechadas. Uma centena de funcionários seriam despedidos.
Além dos sindicatos, a Associação dos Suíços do Estrangeiro (ASO), oo Partido Socialista, os suíços da França e muitos leitores e ouvintes se manifestaram contra o desmantelamento.
Internamente, o pessoal de swissinfo se opõe claramente ao plano de redução drástica da ex-Rádio Suíça Internacional. Acaba de ser lançado um site do pessoal para apresentar “outra visão” diretamente na internet.
vivaswissinfo.org contém comunicados de imprensa, cartas abertas e mensagens dos leitores ligadas ao plano da SSR e uma petição “on line”.
swissinfo
– A Confederação (Estado Federal), atribuiu 17 milhões de francos a swissinfo em 2005 e 5 milhões em 2005. Por razões de economia, ela decidiu suprimir as subvenções a partir de 2006.
– 26 postos de trabalho foram cortados em swissinfo em 2004. O plano da SSR anunciado em março é cortar outros 80 postos (uma centena de pessoas).
– Seriam fechadas as redações em português, árabe, espanhol, chinês e japonês). A produção em português existe desde 1941.
– Para ser aplicado, o plano da SSR precisa do aval do Ministério dos Transportes e Telecomunicações (DETEC), da Secretaria Federal de Comunicações (OFCOM) e do ministro-chefe do DETEC, Moritz Leuenberger ou do governo federal )Conselho Federal).
– A decisão final deverá ser tomada depois da aprovação da nova lei do rádio e da televisão (LRTV), provavelmente na sessão parlamentar de inverno, em novembro.
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