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Cultura brasileira terá grande espaço em Basiléia

O edifício verde do Brasilea, às margens do Reno. swissinfo.ch

O edifício abrigava, tempos atrás, uma fábrica, mas foi totalmente reformado. O fotógrafo Onorio Mansutti, idealizador do projeto, revela investimentos de 1,5 milhão de francos suíços.

“Mantivemos a estrutura de fábrica, mas fizemos um projeto simples com boa luminosidade e com ambientes amplos”, diz.

O espaço do Brasil a ser inaugurado no final de semana está bem demarcado: um prédio verde à beira do Reno, perto do marco das fronteiras com Alemanha e França. De fato, a cidade do noroeste da Suíça fica na confluência dos três países.

Doação de um industrial milionário

O edifício abrigava, tempos atrás, uma fábrica, mas foi totalmente reformado. O fotógrafo Onorio Mansutti, idealizador do projeto, revela investimentos de 1,5 milhão de francos suíços.

“Mantivemos a estrutura de fábrica, mas fizemos um projeto simples com boa luminosidade e com ambientes amplos”, diz.

Como esse local foi conseguido? Um industrial suíço da área têxtil imigrou para o Brasil em 1939 e deixou em testamento um de seus desejos: a criação de um centro para abrigar sua coleção de obras de arte e estreitar os laços entre os dois países.De acordo com Mansutti, cerca de dois anos antes de sua morte eles se encontraram no Rio de Janeiro e ele teria pedido a ele que procurasse um local adequado.

Zona industrial

O prédio tem quatro andares e 60 metros de frente. O primeiro e o segundo são grandes salões, mas no térreo há um bar. “Além de exposições, vamos fazer festas e eventos para muitas empresas”, diz Mansutti.

De acordo com ele, essa será uma maneira de buscar recursos para o centro. O terceiro andar abriga a coleção de arte do doador do prédio – são algumas peças antigas e muitas telas do pintor Franz Josef Widmar. No último andar fica a parte administrativa.

O fato de estar numa área industrial facilita a organização de eventos: perto do centro não há residências. Na inauguração, por exemplo, a casa receberá dois grupos musicais. Um deles, de Basiléia, tocará bossa-nova e samba, com seis integrantes, comandados pelo Fofão do Cavaco.

Depois, um grupo de Zurique, Cor do Brasil, promete animar a festa até mais tarde. Mesmo sem vizinhos suíços, Mansutti não quer criar problemas e não usará a parte externa do prédio: as festas dançantes serão na parte de dentro e com as janelas fechadas.

“Não quero incomodar os franceses que ficam do outro lado do rio”, diz Mansutti.

Xilogravuras de J.Borges

A primeira exposição do centro foi a do fotógrafo Evandro Teixeira, que mostrou um pouco da história do Brasil aos visitantes: Canudos, confrontos com a ditadura militar, cenas do carnaval carioca e até mesmo o bom-humor brasileiro com uma foto de Chico Buarque, Tom Jobim e Vinícius de Morais deitados numa mesa de bar.

Mansutti já pensa em outras mostras para o centro. “Quero exibir fotos do Brasil feitas por fotógrafos suíços, ensaios sobre o Pantanal, exposição de cerâmica e tudo o que for interessante da cultura brasileira”, diz.

A partir de 7 de setembro, o centro apresentará exposição do pernambucano José Francisco Borges. Considerado o maior xilogravador popular do Nordeste, J.Borges já recebeu o prêmio de Honra ao Mérito Cultural em 1999 e escreveu e ilustrou cerca de 200 cordéis.

Quem não for à Alemanha para assistir aos jogos da Copa 2006, poderá torcer em boa companhia: Mansutti vai colocar um telão e reunir os torcedores – com vista para o Reno.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

O edifício de quatro andares onde vai funcionar o espaço cultural brasileiro fica às margens do Rio Reno.

O espaço terá exposições, concertos musicais e festas.

O idealizar e diretor do projeto é o fotógrafo Onorio Mansutti.

Segundo ele, o edifício foi uma doação de um industrial milinário, já falecido, ligado ao Brasil.

As relações de Mansutti com o o Brasil são antigas: ele fundou, em 1974, a ong Kinder in Brasilien que mantém atualmente 500 crianças nas escolas.

Em 32 anos de atividades, mais de 10 mil crianças foram beneficiadas.

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