Ferrovia histórica vira patrimônio da humanidade
A ferrovia Albula/Bernina, operada pela companhia Rhätische Bahn (RhB), foi classificada como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A Unesco também incluiu na lista do patrimônio natural uma área de 300 km2 dos Alpes, em volta no pico Sardona, na região de Glarus. Com isso, a Suíça tem nove atrações de “valor universal”.
A sinuosa ferrovia transnacional Albula/Bernina, de quase 100 anos de idade, não foi escolhida só pela singularidade de sua infra-estrutura.
O trecho transnacional de 122 km entre Thusis, nos Grisões, e Tirano (Itália) também cruza um paisagem de beleza única, o que também pesou na decisão, anunciada na segunda-feira
No total, a rede da RhB tem 400 km. Segundo o diretor da Secretaria Federal de Cultura, Jean-Frédéric Jauslin, a linha Albula/Bernina representa uma obra-prima das ferrovias de montanha, feita à mão no período áureo das estradas de ferro.
Com trilhos de bitola estreita, ela cruza 52 pontes e 13 túneis e galerias na direção de Bernina, bem como 144 pontes e 42 túneis e galerias na direção de Albula. Ao longo do trajeto, ao meio-dia, durante 10 minutos tocam os sinos das igrejas.
Trata-se da quarta ferrovia no mundo que foi incluída na cobiçada lista da Unesco.
Atração não só para geólogos
A chamada “Arena Tectônica Sardona”, nos Alpes Glarner, há muito é considerada uma sensação mundial por cientistas. Agora, o governo do cantão (estado) de Glarus procura altivas para explorar turisticamente o selo de “patrimônio natural da humanidade”.
Alguns geólogos garantem que em nenhum outro lugar se manifesta melhor a história da formação dos Alpes. A pesquisa sobre esse fenômeno natural já teria revolucionado no século 19 a compreensão sobre a “construção” dos Alpes.
Uma “linha mágica” separa as rochas antigas, mais duras, no topo, das mais novas da base. Aos olhos dos leigos, porém, a “Arena Tectônica Sardona” não passa de um simples pedaço de uma cordilheira. As autoridades de 19 municípios da região pretendem montar uma estratégia de marketing para “vendê-la” como atração turística.
Uma tarefa que não será fácil. A região das montanhas Jungfrau-Aletsch-Bietschhorn, nos estados de Berna e Vaud, por exemplo, recebeu o selo da Unesco em 2001.
Até agora, os municípios envolvidos investiram pesado em infra-estrutura, mas ainda não tiveram muito retorno financeiro com o patrimônio natural da humanidade.
Mesmo assim, as autoridades de turismo estão convencidas de que esse retorno não tardará. “É muito bom para a imagem de um país pequeno, como a Suíça, ter tantas atrações tombadas pela Unesco. Esse locais são autênticos e se desenvolveram organicamente, portanto, podem ser promovidos como tais”, disse Roger Waber, da Suíça Turismo, à swissinfo.
swissinfo, Geraldo Hoffmann / Dale Bechtel
Além da ferrovia Albula/Bernina e da Arena Tectônica Sadorna (Glarus) incluídas na lista da Unesco esta semana, a Suíça ainda tem duas candidaturas em andamento:
1) La Chaux-de-Fonds/Le Locle, paisagem urbana e indústria relojoeira –
proposta no final de 2007 e que pode será avaliada no início de 2009.
2) As construções de Le Corbusier (Villen Jeanneret-Perret e Schwob em La Chaux-de-Fonds, Petite maison au bord du lac Léman em Corseaux e Immeuble Clarté em Genebra) – propostas à Unesco no início deste ano.
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