Festival clássico nos Alpes tem Argerich
A pianista argentina, Marta Argerich, é a estrela maior do atual Festival de Verbier, famoso "resort" alpino suíço. O « Festival & Academy » - de 22 de julho a 5 de agosto - reúne quase 300 músicos. Os melhores espetáculos estão lotados ou quase.
Nos 17 dias de festival de Verbier, (no estado do Valais), cidade a 1.400 m de altitude, ( numa excelente região para esqui), estão previstos, nessa 8a. edição, 120 concertos, dos quais 85 gratuitos.
Os espetáculos pagantes são realizados em igreja, sala ou numa grande tenda de lona. Estes últimos nem sempre em boas condições (embora se tenha conseguido melhora). Como admite o diretor do festival, Martin Engstroem, “se há tempestade não se ouve nada, e se faz bom tempo o calor é demais”.
Sucesso duplica em 3 anos
Mesmo assim, o sucesso tem sido grande. No sétimo festival, há um ano, foram vendidos 30 mil ingressos, ou seja o dobro em relação a 3 anos antes. E para os espetáculos melhores, os ingressos estão esgotados ou quase.
Uma das chaves do sucesso, na opinião do diretor Engstroem, é que Verbier é “um grande ateliê, um local de experiências, nos antípodas de Salzbourg (Áustria) em que os músicos tocam 100 vezes o mesmo programa”.
Grandes artistas estão também encontrando o caminho de Verbier. Entre eles, a Martha Argerich, artista um tanto imprevisível. (Ela não assina contrato e pode deixar os espectadores na mão). O programa incluem também figuras de destaque como a soprano Barbara Hendricks, o pianista Evgeny Kissin e os maestros James Levine e Gidon Kremer.
O programa prevê em todo o caso que a pianista Argentina dê 4 concertos em 12 dias. Um deles na abertura, com obras de Khatchaturian, Prokofiev e Tchaikovski. E outro, dia 26, com o pianista Evgueny Kissin. (veja link abaixo)
Breve biografia de Argerich
Martha Argerich, que Martin Engstroem descreve como ” uma artista com A maiúscula”, nasceu em 5 de junho de 1941, em Buenos Aires. Com oito anos já dava recitais.
Em 1955, sua família instala-se na Europa onde Martha continua sua formação pianística com Friedrich Gulda, na Áustria, e Nikita Magaloff, na Suíça. Ela começa sua carreira em 1957, quando ganha o primeiro prêmio nos concursos de Bolzano (Itália) e Genebra (Suíça).
Desde 1976 interessa-se em particular pela música de câmera. Gravou obras de Serguei Prokofiev, Bela Bartok, Claude Debussy, Franz Liszt, e a integral dos prelúdios de Frédéric Chopin.
A imprevisibilidade de Argerich é explicável por fases de depressão, enfermidade que a fez interromper sua carreira durante 3 anos, nos década de 70. Ela tem três filhas de três diferentes pais. Esteve inclusive casada, entre 1969 e 1973, com o maestro suíço Charles Dutoit, hoje seu simples amigo.
Martha reside em Bruxelas e tem apartamento em Genebra. Preocupada em ajudar novos talentos, ela organiza concurso de piano na Argentina. A segunda edição está prevista em setembro. E no Japão existe um Festival Martha Argerich.
E surpreende esta frase na boca da pianista: “Fico longos períodos sem tocar, e isso não me faz falta”.
swissinfo com agências.
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