Filme chinês leva o leopardo de ouro em Locarno
"Baba" (pai) do escritor e cineasta chinês Wang Shuo recebeu o primeiro prêmio no Festival Internacional de Locarno, sul da Suíça. Obras brasileiras e portuguesas em concurso não tiveram prêmios.
Dezoito filmes participaram do Festival de Locarno. Levou a recompensa máxima, o leopardo de ouro, “Baba” de Wang Shuo. Trata-se de uma comédia abordando a dificuldade de relacionamento entre um viúvo e seu filho. É baseada em livro escrito pelo cineasta no início da década de 90. O filme que alude com freqüência ao regime comunista e à sociedade chinesas em tom tragi-cómico havia sido produzido há 4 anos, mas foi proibido pelas autoridades de Pequim.
Wang Shuo, 42 anos, viveu exilado durante vários anos nos Estados Unidos. Depois de regressar a Pequim não tem deixado de criticar o regime chinês.
O diretor do festival Marco Müller, que se demitiu do cargo, precisou utilizar estratagemas para conseguir projetar o filme em Locarno.
O leopardo de prata recompensou 2 filmes: “Xilu Xiang, do cineasta Fruit Chan (Hong Kong), e “Manila” de Romuald Karmakar (Alemanha). Este último conta a história de um turista bloqueado no aeroporto da capital filipina porque o vôo em que devia partir para Frankfurt não se realiza e as peripécias que se seguem.
Quanto ao terceiro prêmio, o leopardo de bronze, ele ficou com a atriz suíça Sabine Timoteo que trabalha no filme alemão “Amour, Argent, Amour” (amor, dinheiro…), bem como aos atores Roland Düringer, Josef Hader e Joachim Bissmeier que desempenham papéis no filme “Der Überfall” (ataque de surpresa), de Florian Flicker (Áustria).
O prêmio especial do júri contemplou a obra italiana “Gostanza Da Libbiano”, de Paolo Benvenutti que retraça o processo contra uma feiticeira, ocorrido em 1594.
Paul Verhoeven (Holanda), realizador de “Basic Instinct” (1992) que o tornou famoso recebeu um “leopardo de honra” pelo conjunto de sua obra. E seu último filme “The Hollow Man” foi projetado em Locarno.
Vale registrar que o Festival Internacional de Cinema de Locarno se caracterizava pela escolha de primeiras realizações de cineastas. Mas desde 1996 tornou-se um festival do “cinema novo”, feito por cineastas ainda pouco conhecidos internacionalmente.
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