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Nuno Ramos estreia galeria brasileira em Zurique

A arte contemporânea brasileira acaba de ganhar uma embaixada privilegiada num dos mais importantes mercados da Europa. A galeria paulistana Kogan Amaro estreou no fim de maio um espaço em Zurique com uma exposição de pinturas de Nuno Ramos, e a promessa de abrir uma janela privilegiada para a produção brasileira no circuito internacional.  

O casal Marcos Amaro e Ksenia Kogan-Amaro vem montando uma respeitável coleção de arte contemporânea há pouco mais de uma década, investindo em novos espaços fora do circuito usual do métier. Ano passado, eles inauguraram a Fábrica de Arte Marcos Amaro em Itu, interior de são Paulo, para abrigar a sua coleção e também a preciosa Coleção Guita e José Mindlin de Matrizes de Gravura, adquirida recentemente.

Os marchands de arte brasileira sempre privilegiaram o chamado circuito Elizabeth Arden (Londres, Paris, Nova York), e nesse ponto a Kogan Amaro também decidiu se diferenciar ao abrir seu espaço zuriquenho. Em conversa com a swissinfo.ch no dia da vernissage de Nuno Ramos, Marcos Amaro disse que pretende inclusive transferir sua residência de Bruxelas para Lugano, no cantão suíço-italiano do Ticino.

O endereço suíço da Kogan Amaro em Zurique fica na Löwenbräu Kunst, uma antiga cervejaria que hoje abriga algumas das mais influentes galerias internacionais, como Eva preisenhuber e Hauser & Wirth, além do museu Migros de Arte Contemporânea e a Kunsthalle local. O local acaba de ser renovado, com a proposta de oferecer espaços compartilhados para novas galerias, e assim aumentar ainda mais a visitação. A Kogan Amaro divide o seu “galpão” com as suíças Barbara Seiler e Annex14.

Nuno, Cassandra e Antígona

Aos 59 anos, Nuno Ramos parece o mesmo jovem inquieto que explodiu na cena de arte contemporânea brasileira junto com outros artistas da chamada geração 80 (Jac Leirner, Leonilson, Leda Catunda, por exemplo). Calejado de exposições no Brasil e no exterior, essa é sua primeira exposição individual na Suíça.

Nuno mostrou-se bastante angustiado com a situação atual do Brasil, e sua inquietação se traduz, despropositadamente, nos títulos das duas séries de pinturas que ele trouxe a Zurique, “Shut up Cassandra” – Cala a Boca, Cassandra – e “ Antígona: Thoughts of Dust” – Pensamentos de Poeira. O artista fala de ambas no vídeo acima, confira.

A exposição “Sol a pino” fica em cartaz até 6 de julho.   

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