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Esses passaportes falsos não incomodam a polícia suíça

Homem interroga mulher ao lado da bandeira suíça
Os "candidatos à cidadania suíça” têm que responder a questões bem inconvenientes do artista Tom Sachs. Reuters/Toby Melville

O que não é a licença artística. Com sua instalação chamada "Swiss Passport Office" (Seção de Passaportes Suíços), um escultor de Nova York colocou sua própria marca em um dos documentos de viagem mais cobiçados do mundo. As autoridades suíças não se importam.

É o tipo de coisa que normalmente causa sérios problemas: produzir e vender identificações falsas. À primeira vista, a obra do artista Tom Sachs parece quase legítima, mas a polícia federal suíça adotou uma atitude relaxada.

“É uma representação aproximada de um documento oficial, apresentado como tal durante um evento artístico”, disse Anne-Florence Débois, porta-voz do Departamento Federal da Polícia, à swissinfo.ch. “Isso significa que ocorre em um contexto especial e artístico. Essa representação aproximada não pode ser confundida com um passaporte real ”.

+ Veja como obter um passaporte suíço real

De fato, os quatro e meio milhões de passaportes suíços em circulação estão carregados de recursos de segurança, como marcas d’água, fios de segurança, perfuração e fibras ultravioletas, sem mencionar o microchip embutido.

No entanto, Sachs disse aos jornalistas que seu sobrinho de 14 anos conseguiu usar a identidade suíça falsa para fazer uma tatuagem.


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Depois de apresentar sua performance no Brooklyn (Nova York) e em São Francisco, Tom Sachs levou seu programa suíço de passaporte para a Ely House, em Londres. Como parte da feira de arte Frieze do final de semana passado, Sachs abriu sua “repartição” por um período de 24 horas em que os visitantes fizeram fila para, após pagarem uma taxa de € 20 (CHF 23), serem interrogados e receberem um dos livretos vermelhos.

“Uma instalação de importância internacional, o Swiss Passport Office engloba preocupações contemporâneas relacionadas às políticas de imigração de Brexit, Síria e Trump e seu desafio à noção de cidadania global”, explica um comunicado da anfitriã Galeria Thaddaeus Ropac. De sua parte, Sachs descreveu o passaporte suíço como a “marca de maior prestígio na identidade internacional”.

Como pode-se ver na conta do Instagram criada especialmente para a instalação, os freqüentadores da galeria estavam ansiosos para colocar as mãos no passaporte falso chamado “Confoederatio Helvetica” – o nome oficial latino da Suíça, abreviado como “CH” nas chapas de matrícula dos veículos e nos códigos de correio.

A versão de Sachs, no entanto, é irônica e crítica: inclui, por exemplo, referências à reputação manchada da Suíça após a Segunda Guerra Mundial. Observe a citação de Elie Wiesel sobre a neutralidade impressa acima do Matterhorn, na foto abaixo:

Conteúdo externo

“Nós devemos tomar partido sempre. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima”, Elie Wiesel 

De acordo com o Passport Index, um passaporte suíço não necessita de visto em 122 países; em 41 outros, o visto é dado no momento da chegada; e apenas 35 exigem visto antecipado. É bom lembrar que a Suíça compartilha seu terceiro lugar no ranking de “passaportes globais poderosos” de 2018 (Global Passport Power Ranking) com outros oito países, que diferem muito pouco do primeiro e do segundo lugares ocupados por outros 13 países. No topo da lista estão Cingapura e Alemanha.

A instalação em Londres fica em cartaz até 10 de novembro.

swissinfo.ch/ets

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