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LiLiPUT: a banda punk de mulheres que sacudiu o país

Quatro mulheres tocando em uma banda de rock
LiLiPUT, com Marlene Marder na frente à esquerda, tocando na Volkshaus Zurich na festa de encerramento da exposição "Saus und Braus", em 29 de agosto de 1980. KEYSTONE

LiLiPUT é uma daquelas raras bandas suíças que alcançaram fama mundial. Juntamente com as “Slits” e as “Raincoats”, foram uma das três primeiras bandas punk femininas no final dos anos de 1970. Agora, ela foi homenageada com a tradução para inglês do diário ricamente ilustrado de Marlene Marder, integrante da banda.

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Fundada em 1978, durante a primeira onda do punk, elas deram o nome da banda de um produto descartável: mas depois de um conflito com o fabricante de lenços de papel, tiveram de renunciar ao nome “Kleenex”. Elas se chamavam assim porque achavam que a música que faziam também tinha algo de casual, como um lenço de papel que pode ser jogado fora após seu uso, disseram as fundadoras em uma entrevista. O nome “LiLiPUT” também pode ser interpretado como um eufemismo, porque recebeu o nome do estado anão.

Capa de livro com uma mulher tocando guitarra e outra bateria
A capa da edição original alemã do diário de Marlene Marder de 1986. editionpatrickfrey.ch

Apesar disso, a música delas conseguiu sair da sala de ensaios em um abrigo antiaéreo e atravessar o Atlântico com sua força nos anos 80: críticos de música como Greil Marcus ficaram profundamente impressionados. Marcus disse uma vez que LiLiPUT fazia música “como se estivessem correndo contra uma parede”: “Faziam sua música como se não soubessem o que iria acontecer a seguir, mas na verdade pouco se importavam com isso”. A banda se separou em 1984.

O fato de ainda hoje estarem no radar de uma comunidade cult internacional é demonstrado pela tradução do diário de Marlene Marder, uma das figuras centrais da banda. Em 1986, ela lançou um compêndio de fotografias, desenhos, colagens e anotações. Desde o ano passado, está disponível em uma tradução para o inglês. Publicado em uma edição limitada, foi definitivamente elevado à categoria de livro de arte. A nova edição se vê como uma “interpretação, uma tradução, uma republicação, uma tentativa de expandir o original rebelde de Marlene”.

Duas fotos mostrando três mulheres e um homem com fantasias
Marlene Marder vestida como o artista dadaísta Hugo Ball na capa do álbum – a referência à apresentação do no Cabaret Voltaire de Zurique, em 1916. Alamy Stock

Quando a banda de punk se reuniu no início dos anos 1990, a modéstia parecia ter dado lugar ao realismo: “A princípio, nós quase morremos de rir, só mais tarde percebemos que era realmente bom para aquela época, a maneira como começamos”, disse Marlene Marder em uma entrevista à SRF em 1993. Ao mesmo tempo, a banda punk feminina suíça soube desde o início se posicionar historicamente bem.

Já na capa de “Eisiger Wind” [Vento Glacial], de 1981, elas se apresentavam como herdeiras de Hugo Ball, que como um funil humano de papelão recitava poemas dadaístas no Cabaret Voltaire, em 1916. A diferença é que seus trajes de papelão eram muito mais ágeis e combativos do que os do dadaísta, que parecia ligeiramente rígido. Lilliput foi também, em última análise, o estado onde o gigante Gulliver foi amarrado.

Edição: Mark Livingston

Adaptação: Karleno Bocarro

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