Mostra revela interesse suíço por Picasso
Em Berna, o Museu de Arte (Kunstmuseum) expõe 160 obras conhecidas ou desconhecidas de Picasso, pertencentes a colecionadores suíços ou museus do país. Intitulada "Picasso e a Suíça - obras-primas de colecionadores suíços, a exposição apresenta alguns quadros famosos como "Aficionado", de 1912, ou "Retrato de Marie-Thérèse Walter", de 1938. A mostra vai até dia 6 de janeiro.
Nessa exposição aberta ao público, dia 6 de outubro, o Kunstmuseum de Berna procura mostrar “como os suíços reagiram à obra, ao artista e ao mito Picasso”, explica Marc Fehlmann, responsável pelo rico catálogo preparado para o evento. “É algo que ainda não foi feito com nenhum artista do século 20”, realça.
Reticências
As 160 obras expostas em Berna incluem pinturas, esculturas, desenhos e gravuras representativos de toda a carreira do pintor (nascido em 1881 e falecido em 1973), que transformou a arte moderna.
Alguns suíços começaram a interessar-se por Picasso já em 1907, quando o pintor realizava seu primeiro trabalho cubista (“Mademoiselles d’Avignon”). Naquele ano, um casal bernês (Hermann e Margrit Rupt) adquiriu a obra “Feuillage” (folhagem), hoje parte do acervo do Kunstmuseum da capital suíça.
Cubismo comparado ao comunismo
A primeira exposição Picasso na Suíça (importada de Munique, na Alemanha) aconteceu em 1914, numa galeria de Zurique e depois numa galeria de Basiléia. Na época o cubismo assustava o público e os críticos. E o influente crítico, Julius Méier Graefe, escreveu: “Não se vai mais a manicômio, inventa-se o cubismo”. Obras neoclássicas eram muito mais tranqüilizadoras.
Marc Fehlmann explica as reticências em relação ao novo movimento artístico: “O cubismo tinha conotação política. Era comparado ao comunismo, pois era igualmente um movimento internacional e intelectual que destruía, rompia com uma certa visão do mundo”.
Evento paralelo
Durante a exposição, o cineclube do Kunstmuseum de Berna propõe uma série de filmes consagrados a Picasso: “Mystère Picasso”, de Henri-Georges Clouzot; “Surviving Picasso”, de James Ivory; “Pablo Picasso, peintre”, de Frédéric Rossif e ainda “Guernica”, de Alain Resnais.
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