O fabuloso destino de um circo
O Circo Knie – “o melhor do mundo” – comemora 200 anos de existência.
Motivo suficiente para levantar as suas lonas e olhar para dentro do circo, que é uma verdadeira instituição suíça, mantida há 7 gerações, desde 1803, pela família Knie.
Todo suíço de respeito conhece este circo e, pela menos uma vez na vida, assistiu a um de seus espetáculos. Oportunidades não faltam. Todos os anos, durante oito meses e meio, o Knie percorre o país com suas dezenas de artistas, com seus cavalos, seus elefantes e outros bichos.
Seu objetivo é, simplesmente, divertir as pessoas de todas as idades com espetáculos de qualidade, impregnados de muita poesia.
O tradicional e o moderno
A sua 85ª. turnê, realizada este ano, reúne 200 empregados, cerca de 40 artistas e 150 animais.
Os números com cavalos amestrados e, particularmente com elefantes, são considerados, já de longa data, o que de melhor se faz no gênero. O uso de cavalos começou já em 1919. Posteriormente foram incluídos os elefantes, que se tornaram “um cartão de visita” para o circo Knie.
As apresentações com animais e os números com os palhaços, extremamente bonitos, têm um toque de poesia. Mas, os responsáveis pelos espetáculos logo constataram que o circo tradicional tem seus limites. O seu diretor técnico, Franco Knie – (aquele mesmo do comentado caso com a princesa Stéphanie, de Mônaco) – resume a questão em poucas palavras: “Os palhaços de torta de creme na cara são coisa do passado”.
Abertura
Franco Knie acha, porém, que o circo não é coisa do passado, desde que se renove.
Por isso mesmo, já há mais de 30 anos, Knie abriu-se seu picadeiro às novidades, dando espaço em seus espetáculos para artistas de teatro. Começou com Dimitri, famoso palhaço suíço, em 1970. E teve sucesso de arromba, em 1977, com Emil, impagável humorista e compatriota do palhaço .
Na atual turnê, também se apresenta o conhecido humorista ítalo-suíço, Massimo Rocchi, que atua como convidado de honra. Ele é mais um artista que manifesta verdadeiro entusiasmo pelo Circo Knie e que o considera “o melhor do mundo”. Diz ainda que há muito tempo sonhava trabalhar nele.
Rocchi lembra ainda que “vários diretores de circo e de escolas de circo são da mesma opinião”. Opinião de que compartilharia até o príncipe Rainier de Mônaco, um apreciador de espetáculos de picadeiro. Já são uma tradição os espetáculos anuais no Principado reunindo o que de melhor se faz no gênero.
Perfecionismo
A explicação dessa excelência, segundo Rocchi, é simples: “No Knie – como disse a swissinfo – nada é deixado ao acaso”.
O que ele não conta é quanto se exige de uma organização rigorosa. E, a propósito, há quase 30 pessoas que comandam os diferentes setores envolvidos direta ou indiretamente nas apresentações: do diretor artístico ao chefe do bufê-restaurante, passando pelos marceneiros, os responsáveis pelo zoológico, pela eletricidade e pela armação do circo…
Mas organização precisa ir par e passo com a qualidade, comenta Franco Knie. Ele acredita que sem qualidade não pode haver sucesso. Sucesso que faça crianças, jovens e idosos sonharem, embalados por espetáculos impregnados de poesia, ingrediente indispensável à emoção que o Circo Knie procura despertar.
swissinfo, J.Gabriel Barbosa
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