Parlamentares concordam em manter swissinfo
Depois do Senado, a Câmara dos Deputados aprovou manter o portal de informações em nove línguas para os suíços do estrangeiro e os estrangeiros que se interessam pela Suíça.
O governo federal deverá portanto opor-se ao desmantelamento projetado pela direção da Rádio e Televisão Suíça, plano anunciado em março de 2005.
O apoio dos políticos a swissinfo se amplia. Segunda-feira (06/3), a Câmara dos Deputados aprovou um artigo da nova lei do Rádio e TV, que obriga a Confederação Helvética a assumir “pelo menos” metade do orçamento do portal de jornalismo da antiga Rádio Suíça Internacional.
Em 9 de junho de 2005, o Senado já aprovara essa moção apresentada pelo senador democrata-cristão Filippo Lombardi por 19 votos a 16. Está claro, portanto, que o Parlamento se opõe ao governo federal, que havia recomendado rejeitar a moção.
O artigo 31 da nova Lei do Rádio e TV (LRTV) foi adotado na Câmara sem discussão e define que a Confederação assuma “Pelo menos” 50% dos custos de swissinfo.
O plano de desmantelamento
Em março de 2005, a direção geral da Sociedade Suíça de Radiotelevisão SSR-SRG idée suisse, da qual swissinfo é parte, anunciara sua intenção de desmantelar o portal até o final de 2005.
O projeto previa reduzir o portal em nove línguas a uma única redação, em inglês. As informações destinadas aos suíços do estrangeiro seriam divulgadas pelas unidades regionais de radio e televisão, em alemão, francês e italiano. 70 a 80 postos de trabalho seriam extintos.
A justificativa era redução de receitas previstas pela nova lei (LRTV), discutida no Parlamento desde março de 2004.
Protestos de toda parte
Depois do anúncio do plano da SSR, Filippo Lombardi – senador e membro do Conselho dos Suíços do Estrangeiro – recebeu centenas de cartas de protesto dos suíços do estrangeiro e de diplomatas em postos no estrangeiro.
As críticas mais duras provinham sobretudo dos expatriados nos países europeus, onde vivem dois terços dos 620 mil suíços do estrangeiro.
A chamada Quinta Suíça se mobilizou: assembléias de delegados exprimiram sua “consternação indignação” em uma série de resoluções pedindo que a SSR renunciasse ao projeto.
O mesmo ocorreu no Congresso dos Suíços do Estrangeiro, em setembro de 2005, em Interlaken, no cantão de Berna. Nessa ocasião, o presidente do conselho de administração da SSR, Jean-Bernard Münch, reconheceu ter “subestimado o apego emocional da Quinta Suíça a swissinfo”.
O Parlamento arregaçou as mangas
As reações também ocorreram na Suíça: parlamentares, autoridades cantonais, partidos políticos, sindicatos, associações de jornalistas, comunidades de imigrantes na Suíça e meios culturais se manifestaram, inclusive a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey.
Em setembro, durante os debates da nova lei Radio/TV, a Câmara dos Deputados afirmou que a Confederação deveria garantir metade do orçamento de swissinfo. Em novembro, o Senado foi mais longe e precisou que a Confederação dever arcar com “pelo menos” 50% do orçamento.
Nesta segunda-feira (06/3), a Câmara voltou ao assunto e adotou a mesma posição do Senado. O montante do orçamento será definido entre a SSR e a Divisão Federal de Comunicação (OFCOM).
SSR SRG idée suisse não renuncia
Apesar do apoio parlamentar, o futuro de swissinfo continua incerto … A SSR não parece ter a intenção de poupar o portal para o estrangeiro.
Em dezembro passado, o conselho de administração da SSR mandatou a direção de swissinfo para analisar até a próxima primavera, “todas as possibilidades de produção menos onerosa”.
Segundo o sindicato SSM, essa exigência é um prelúdio ao desmantelamento de swissinfo e a demonstração de que a SSR SRG idée suisse ignora o mandato político claramente formulado.
A crítica é rejeitada pela direção geral da SSR, garantindo que o pedido foi feito em conformidade com a concessão e a lei.
swissinfo
– Em 22 de março de 2005, a direção geral da SSR anunciou um plano de desmantelamento de swissinfo. O projeto suscitou forte oposição entre os suíços do estrangeiro e no Parlamento.
– Em 9 de junho, o Senado aprovou a moção Lombardi, pedindo que o governo mantenha swissinfo em sua forma atual. Essa mesma moção foi aprovada pela Câmara.
– Na nova lei Rádio/TV, ficará estipulado que swissinfo deverá ser financiado em “pelo menos” 50% pela Confederação Helvética.
Fundada em 1935, swissinfo/Rádio Suíça Internacional tem mandato de divulgar a Suíça no mundo e informar os suíços do estrangeiro.
Mais de 620 mil suíços vivem no estrangeiro, dois terços na Europa.
Mais de 100 mil suíços do estangeiro estão inscritos nos registros eleitorais e participam de eleições e votações federais.
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