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Pavilhão suíço atrai multidões na Expo Xangai 2010

Quatro minutos de teleférico até o teto: a principal atração do pavilhão suíço. swissinfo.ch

O pavilhão suíço na exposição universal de Xangai funciona como um imã. Apenas dois dias depois da abertura, os organizadores o classificam como um dos pavilhões estrangeiros mais populares do evento, como se vê através das longas filas de espera. swissinfo.ch esteve por lá.

“Uau, é genial! Espero sinceramente que eles não irão demoli-lo!”, exclama Zhan Jia Long ao chegar com o teleférico sobre o teto do pavilhão suíço. De lá, ele contempla um gramado irrepreensível, uma cobertura de flores dos Alpes, mas também o rio Huangpu, os arranha-céus de Xangai e a imensa área ocupada pela exposição.

Esse agente imobiliário veio com sua esposa Wang Man Hong e sua filha Jenny nesse dia de abertura, depois de ter colocado o pavilhão suíço na lista de lugares que são absolutamente necessários a visitar.

Fila de espera

Bem antes, a pequena família já fazia fila sob um calor de mais de 30 graus: cerca de três horas e meia de espera para conseguir entrar na exposição. Os organizadores iriam anunciar mais tarde que a fila de espera do pavilhão suíço era a mais longa, na frente da França e Alemanha, com uma média de 7.600 pessoas aguardando.

Mas nem a família Zhan, nem outros visitantes pareciam se impacientar. Wang Man Hong – a mãe – é vice-diretora de uma companhia elétrica em Xangai. Ela também é secretária do Partido Comunista da sua empresa. “Já viajamos na Europa, mas nunca à Suíça. Esperamos um dia conhecer esse país.”

Imagens impressionantes

Zhan Jia Long coleciona canivetes suíços e imagens de calendários. Sua filha adora o chocolate. A esposa se engaja na proteção ambiental.

“Viemos em ônibus elétrico, não em carro”, explica ainda na fila de espera. “Nossa filha insistiu bastante para aproveitar a ocasião de não poluir. Tenho prazer de descobrir as paisagens suíças. Dizem que elas são muito preservadas.”

Mais tarde, logo que são enfim abertas as portas do pavilhão, a família abre a boca admirada com as imagens do filme “The Alps” (Os Alpes), projetadas em qualidade IMAX sobre uma tela gigante. Lá se veem as neves eternas, os mais elevados picos, as geleiras…

A visão é tão emocionante, que a maior parte dos visitantes ignora completamente as imagens de pessoas em tamanho natural difundidas em telões de TV. Dentre elas, Micheline Calmy-Rey, Bertrand Piccard e outros cidadãos célebres ou anônimos, para explicar suas visões da Suíça. “Sempre podemos encontrar essas pessoas na internet”, declara a mãe. “Porém, essas paisagens em tal qualidade, nunca mais.”

O teleférico e os binóculos

Visão idílica, visão de livros de imagens. É realmente assim a Suíça, com paisagens estupendas e sem habitantes? “Acredito que sim. A densidade da população é muito baixa por lá”, responde Wang Man Hong. “Eu já não acredito. Eles estão nos mostrando essas montanhas, pois é o que há de mais bonito na Suíça.”, retruca seu marido.

Bem distante desse local, sobre a rampa que leva até a entrada do teleférico, binóculos em três dimensões apresentam uma Suíça mais tecnológica, com painéis explicativos que muitos visitantes têm prazer em estudar.

A família descobre em um deles que uma técnica suíça permite reciclar o cimento. Outro cartaz apresenta os parques eólicos nos cumes do Jura, além de mais temas que parecem lhes fascinar.

O final da busca está próximo para a família Zhan. Uma vez passada a pequena fila de espera, chega o embarque. Cada cadeira do teleférico carrega seis passageiros, que se elevam ao longo de um enorme cilindro vegetal. O percurso vai durar quatro minutos, “alegria pura” para Wang Man Hong e uma conquista durável por um país que, como nenhum outro, a faz sonhar. Seu marido compartilha o entusiasmo, mas lamenta também a falta de neve. “Teria sido melhor ainda.”

Um exemplo

A família não poupa em elogios. Jenny quer retornar ao local com suas amigas. Sua mãe promete trazer seus clientes ao pavilhão. Seu pai afirma que aprendeu coisas sobre a ecologia, meio ambiente, desenvolvimento durável, gestão dos recursos hídricos e reciclagem.

“Creio que esses métodos podem ser um exemplo para nosso país”, afirma, prometendo ao mesmo tempo em que, uma vez em casa, surfaria na internet para saber se o pavilhão será destruído ou não. “Se isso ocorrer, vou lançar uma campanha para que ele seja mantido.”

Todas essas emoções dão fome. O pavilhão suíço dispõe também de uma ampla “praça pública”, acessível a todos e sem fila de espera. Lá é possível fazer piquenique, se abrigar do sol ou até mesmo tirar uma soneca. Nossa família está relutante, pois o restaurante suíço oferece um cardápio apetitoso. Porém, a 188 yuans (aproximadamente 27 dólares), a oferta mais barata “fará um grande buraco no nosso orçamento”, conclui a senhora Wang, para quem todos os sacrifícios são bons a partir do momento em que eles vão à Suíça.

Alain Arnaud, Pequim, swissinfo.ch
(Adaptação: Alexander Thoele)

Da mesma forma que o pavilhão suíço atrai multidões, o pavilhão de Basileia, Genebra e Zurique sofre com sua má localização e problemas com a sinalização.

Situado na área de “boas práticas urbanas”, os pavilhões de cidades são uma das novidades em Xangai, a primeira exposição universal a receber esse tipo apresentação.

Um dos objetivos do pavilhão das cidades suíças é de interessar ou inspirar chineses pelas diferentes experiências na gestão dos recursos hídricos.

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