Quando o mestre transmite a sua paixão aos futuros talentos
Não é comum um coreógrafo ir ao Prix de Lausanne para dar ele próprio uma lição. Foi o que fez Goyo Montero, diretor do Balé do Teatro de Nuremberg. "Vim para que os dançarinos aprendessem corretamente a minha peça", explica. Um fotógrafo de swissinfo.ch acompanhou seus passos.
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Thomas Kern nasceu na Suíça em 1965. Após se formar como fotógrafo em Zurique, começou a trabalhar como fotojornalista em 1989. Fundou a agência Lookat Photos em 1990. Kern ganhou duas vezes o prêmio World Press Award e recebeu várias bolsas de pesquisa na Suíça. Seu trabalho é tema de exposições e suas imagens encontram-se em várias coleções.
Uma particularidade do Prix de Lausanne é que os professores corrigem as variações contemporâneas que os candidatos aprenderam nos seus países através da visualização dos vídeos.
As lições de Goyo, ele próprio vencedor do Prix de Lausanne em 1994, são particularmente intensas, cheias de energia e paixão. “Temos de estender o braço direito para cima e para baixo de repente, como se alguém estivesse puxando ao máximo uma faixa de borracha e a relaxasse repentinamente”, mostrou a um grupo de jovens dançarinos enquanto se movia no palco.
Sua peça, criada especialmente para os candidatos masculinos do concurso, se chama “Grinding the teeth”. Ela tem como trilha sonora uma música moderna e mecânica composta por Owen Belton. “Grinding the teeth” é a história de um homem que tenta alcançar um objetivo sem chegar nele e tenta mais uma vez, até sentir-se frustrado”, explica o coreógrafo espanhol.
Uma obra de cinco minutos apenas, mas que compreende 30 ou 40 movimentos muito complexos. “É uma peça complicada, mas os candidatos em Lausanne conseguem se sair bem”, diz.
Para os candidatos femininos, Montero criou a variação contemporânea “Bow”, baseada na música calma e espiritual de Arcangelo Corelli (1653-1713).
Após a lição dada aos candidatos femininos, Yume Okano, dançarina japonesa da Escola de John Cranko School, em Stuttgart, declara: “Aprendi muita coisa. Os movimentos que fazia antes de vir para cá eram muito diferentes e estou emocionada, pois o Montero dançou para nós e mostrou os movimentos, transmitindo assim o verdadeiro sentido da sua coreografia”.
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