Recuperadas duas das obras de arte roubadas em Zurique
A polícia de Zurique recuperou duas das quatro obras impressionistas levadas por ladrões armados no maior roubo de arte da história da Suíça.
“Amendoeira em flor” (1890) de Vincent Van Gogh e “Campo de papoulas perto de Vétheuil” (1879) de Claude Monet voltam ao Museu da Fundação Bührle.
Os dois quadros impressionistas – Amendoeira em flor (1890), de Vincent Van Gogh, e Campo de papoulas perto de Vétheuil (1879), de Claude Monet –, foram encontrados num veículo abandonado na segunda-feira no estacionamento da clínica psiquiátrica Burghölzli, em Zurique, segundo informou a polícia local nesta terça-feira (19/02).
No dia 10 de fevereiro, ladrões armados levaram quatro obras da coleção privada Emil Georg Bürhle, de Zurique, avaliadas em 180 milhões de francos suíços (163 milhões de dólares).
As duas pinturas recuperadas têm valor estimado em 70 milhões de francos. O diretor do museu, Lukas Gloor, que identificou formalmente as obras, mostrou-se aliviado.
“A ferida aberta em 10 de fevereiro foi parcialmente cicatrizada”, disse. “Ambas as pinturas estão em perfeito estado e mostram ainda a forma como foram criadas.”
Gloor acrescentou os ladrões possivelmente decidiram abandonar os quadros maiores para poder se locomover com mais facilidade.
Ladrões continuam em liberdade
A polícia descreveu o roubo em Zurique como o maior do gênero já cometido na Suíça e, quase com certeza, na Europa. Os três homens mascarados que invadiram o museu armados continuam livres.
As obras Rapaz de colete vermelho (1888-1890), de Paul Cézanne, e Conde Lepic e suas filhas (1871), de Edgar Degas, continuam desaparecidas.
A polícia suíça montou uma força-tarefa integrada por especialistas em arte, que participa das investigações apoiadas também pela Interpol.
O automóvel com os dois quadros agora recuperados – um Opel Omega branco – não foi descoberto pela polícia e sim por funcionários da clínica, que alertaram as autoridades de segurança. O carro, que se encontrava no estacionamento a algumas centenas de metros do museu, foi rebocado pela polícia para análise.
Gloor mostrou-se satisfeito com a operação policial. “Estamos impressionados, mas sabemos que devemos ter paciência quanto ao possível retorno das outras duas pinturas à Fundação Bührle”.
swissinfo com agências
A coleção de arte de Emil Georg Bührle (1890-1956), industrial alemão radicado que viveu em Zurique, é uma das mais importantes coleções privadas de arte européia reunidas no século 20.
Boa parte das obras foi adquirida nos anos de 1950. No entanto, algumas das obras adquiridas durante Segunda Guerra Mundial, segundo se descobriria mais tarde, haviam sido confiscadas de judeus pelos nazistas.
Em 1960, a família Bührle colocou 200 obras sob os auspícios de uma fundação e abriu o museu ao público. O impressionismo e o pós-impressionismo franceses constituem a base da coleção.
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