Designers tornam a vida melhor em um centro de asilo
Encontre e execute um conceito de design que resolva um problema concreto, com recursos mínimos, em um mês, em um centro para requerentes de asilo. Esse é o desafio que os estudantes enfrentam na Universidade de Zurique. (Carlo Pisani, swissinfo.ch)
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Sou um produtor de narrativa visual especializado em produções multimídia longas e serializadas. Eu colaboro com jornalistas para melhorar ferramentas e fluxos de trabalho em todos os idiomas, garantir a conformidade do estilo do conteúdo e liderar a pesquisa e implementação de técnicas visuais inovadoras.
Nasci na Itália e cresci na África. Hoje chamo a Suíça de lar. Estudei direção de cinema na Escola Nacional Italiana de Cinema e trabalhei como editor de documentários e diretor/produtor em Berlim e Viena. Sou especialista na produção multimídia de narrativas envolventes.
Os alunos participam de um curso diferente de quatro semanas como parte de um programa de estudo mais longo. Neste momento, eles trabalham em pequenos projetos para tentar tornar a vida um pouco melhor, ou mais fácil, para os requerentes de asilo que vivem em um grande centro de exposições de Zurique que foi transformado em acomodação temporária.
O cenário para o curso é um centro de trânsito em Oerlikon, na zona norte de Zurique, que abriu no início de 2016. Para responder à falta de acomodações, as autoridades aprovisionaram uma sala de exposições (chamada Halle 9), construindo 62 “cápsulas” de habitação em madeira, cada uma com quatro pessoas. As pessoas que moram lá são requerentes de asilo, rapazes e famílias, principalmente da Eritreia, do Afeganistão e da Síria.
A instalação é uma “situação excepcional”, de acordo com Thomas Schmutz, chefe de comunicação da Organização de Asilo de Zurique (AOZ), uma instituição pública e independente da cidade de Zurique. Normalmente, na cidade de Zurique, os requerentes de asilo estão alojados em apartamentos alugados pela AOZ ou pelos próprios requerentes de asilo.
“Na Suíça, nos últimos três anos, cerca de metade de todos os requerentes de asilo receberam um estatuto de proteção, o que significa uma admissão provisória ou um reconhecimento formal como refugiado”, disse Schmutz.
O curso
O módulo interdisciplinar é desenvolvido por Karin Seiler, diretora de visualização científica e Antonio Scarponi, arquiteto e designer italiano que vive e trabalha em Zurique desde 2009.
Na primeira semana, os alunos devem encontrar o problema que eles vão tentar resolver. Na segunda, eles desenvolvem sua ideia e na terceira eles começam a fazer seu projeto final.
Os moradores do centro de asilo devem estar envolvidos em toda a fase do projeto. Ao longo do processo, os alunos também precisam tentar aumentar o orçamento que eles receberam buscando patrocinadores.
Trabalho conjunto
Os participantes do curso são jovens estudantes do ensino superior de diferentes origens acadêmicas, desde design de produtos até moda e ilustração científica. Espera-se que a experiência os ajude a obter conhecimentos mais amplos de diferentes campos.
Trabalhar em um contexto tão diferente também é algo especial para o curso, que deve tirar os alunos da sua zona de conforto. A hipótese por trás do grupo que organiza o curso é que os alunos podem adquirir experiência prática em um campo que parece difícil no início, mas pode colher resultados valiosos.
Scarponi diz que ficou surpreso ao ver a energia que seus alunos colocaram e a vontade que eles têm de conseguir algo bem concreto.
Os funcionários da AOZ acompanham a interação entre estudantes e residentes. Eles permitem a comunicação entre as barreiras linguísticas e culturais e asseguram que o curso seja uma experiência mutuamente lucrativa tanto para estudantes quanto para os residentes do centro.
Adaptação: Fernando Hirschy, swissinfo.ch
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