1951 foi um ano de inverno extremo na Suíça. Foi quando uma forte queda de neve provocou grandes danos e mortes: 1.300 avalanches destruíram inúmeras causas e provocaram 98 vítimas. Um momento trágico na história do país e que seria mais tarde denominado o "inverno do terror".
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Nasci na Inglaterra e vivo na Suíça desde 1994. Me formei como designer gráfica em Zurique entre 1997 e 2002. Mais recentemente passei a trabalhar como editora de fotografia e entrei para a equipe da swissinfo.ch em março de 2017.
Davos, conhecida estação de esqui ao leste do país, foi um dos locais mais atingidos pelas avalanches em janeiro de 1951. Um mês depois a neve ainda continuava a cair em todo o cantão dos Grisões, preocupando ainda mais a população, especialmente no vilarejo de Vals. Ventos fortes eram um fator adicional, pois provocava a acumulação de neve. E ninguém sabia por quanto tempo as encostas íngremes conteriam as massas.
O relatório de inverno do Instituto de Pesquisas da Neve e Avalanches (SLF) dá um relato fiel do mês de avalanches em 1951. O site berghilfe.chLink externo publicou a seguinte descrição dos eventos: “
“De repente escutamos um barulho abafado e então e em seguida a massa chegou assobiando, colidindo e destruindo tudo pelo caminho, trazendo escuridão em toda a aldeia. Os clamores de ajuda apontavam o caminho para o local do desastre, onde naquele momento as casas e casas de famílias inteiras se tornaram suas sepulturas”. Dezenove pessoas pereceram nesse dia.
Em um espaço de apenas poucos dias, mais uma grande avalanche ocorre, porém dessa vez na parte sul dos Alpes: Val Bedretto e Maggiata no cantão do Ticino.
Medidas
O inverno das catástrofes em 1951 fez com que o governo tomasse medidas para proteger as populações nas montanhas. Era preciso pesquisar o fenômeno e desenvolver um sistema de alarme contra avalanches. O Departamento Federal de Meteorologia foi um dos órgãos que ajudou a melhorar a confiabilidade do boletim de avalanches.
Várias medidas foram aplicadas desde 1953 na Suíça, dentre elas a proteção de florestas e rearborização de encostas nas montanhas e o mapeamento das áreas de risco. As melhores mostraram-se efetivas especialmente em 1999, quando o número de avalanches chegou até a alcançar o mesmo nível dos anos 1950, mas provocando um número muito menor de fatalidades.
Em 2012 ocorreram novas mudanças: desde então são feitas duas avaliações de avalanche por dia, abrangendo todas as regiões da Suíça e publicadas nos quatro idiomas nacionais, juntamente com um mapa de perigo interativo ampliável. Pela primeira vez, a descrição do nível de perigo representado pela avalanche foi compilada a partir de um catálogo de frases padrão em todos os idiomas. O boletim de avalanche foi atualizado para uso online e em smartphones.
Graças ao investimento realizado em segurança contra avalanches, a Unesco incluiu o trabalho da Suíça na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Na série #swisshistorypics apresentamos fotografias de diversos acervos históricos da Suíça.
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