A Suíça possui uma longa e rica tradição nas artes cênicas. Basileia, Berna, Zurique, todas estas cidades possuem um nome "teatral" que vai além de suas delimitações.
Os teatros maiores, possuindo ou não orquestras e companhias de balé, recebem a maior fatia do orçamento municipal destinado às artes. Existem também inúmeros pequenos teatros, alguns deles, inclusive, especializados em repertório clásico, em comédias ou representando produções de teor alternativo.
Grande parted as encenações e produções estão linguisticamente arraigadas à região, mas Friedrich Dürrenmatt transcendeu estas estruturas, alcançando um renome mundial como dramaturgo.
Encenações em alemão
Durante os obscuros tempos do nazismo na Alemanha, havia um centro de teatro de muita importância, em cujas encenações muitos escritores, diretores e atores alemães refugiados puderam atuar. Trata-se da Schauspielhaus em Zurique (Casa de Artes Cências).
Os dramaturgos suíços de maior relevância no período pós-guerra, Max Frisch and Friedrich Dürrenmatt, encenaram suas peças neste teatro. Teatrólogos contemporâneos, tais como Maja Beutler, Thomas Hürlimann e Matthias Zschokke também apresentaram seus trabalhos ali.
Encenações em francês
Na Suíça francesa existe o Teatro Vidy-LausanneLink externo que atua como parte integral do sistema profissional de teatro na França, co-produzindo, logicamente, com os maiores teatros municipais, tais como o Teatro de la Ville em Paris.
Em Genebra, por sua, a Grande Comédia de Genebra (Large Comédie de Genève) bem como os teatros menores Le Poche (Théâtre Le Poche) e o Fórum Meyrin costumam focar explicitamente autores contemporâneos.
Similarmente, existem ainda companhias independents de teatro nas cidades e regiões italianas e reto-românicas da Suíça, que não possuem grandes teatros municipais.
Teatro Open-Air
A Suíça oferece também uma grande abundância em produções a céu-aberto apesar de possuir um clima sem clemência. Existem palcos para encenações de produções a céu-aberto de Guilherme Tell e para as Fête des Vignerons (Festas dos Vinhedos) em Vevey.
Uma outra encenação da estória de William Tell ocorre a cada quarto anos em Altdorf, no cantão de Uri, na cidade natal histórica de Tell. A próxima produção ocorrerá em 2012, comemorando 500 anos dos grupos de teatro da cidade.
A obra prima de Calderón “O Grande Teatro do Mundo” é encenado a cada dez anos em Einsiedeln. Para a montagem de 2000, o dramaturgo contemporâneo Thomas Hürlimann foi contratado para reescrever a peça com uma veia de modernidade.
Na região onde se fala a lingua reto-românica, existe a Companhia de Teatro Laax, um grupo a mais de amadores, que apresenta uma produção a céu-aberto a cada dez anos, envolvendo mais ou menos todos os habitantes do vilarejo. Em 2009, foi criada uma produção liberal da peça de Shakespeare, “Sonho de uma Noite de Verão” (traduzida para o reto-românico pelo escritor Leo Tuor). A direção ficou a encargo do ator internacionalmente renomado, Bruno Cathomas, ele próprio nascido em Laax.
Também na área de lingua reto-românica, o Festival de Origen que ocorre no castelo de Riom, dirigido por Giovanni Netzer, retrata dramas religiosos. Em 2010 houve uma peça encenada no estreito alpino Julier no meio dos Alpes.
Ópera e Dança
Tanto a ópera quanto a dança estão bem representadas na maioria dos centros suíços: existem Óperas em Zurique, Genebra e Lausanne.
Também existem companhias de balé profissional tanto nestas cidades quanto em Basileia. Destacam-se, entre os mais conhecidos, o Balé de ZuriqueLink externo de Heinz Spoerli e, em Lausanne, o Balé BéjartLink externo.
Também existem diversos outros grupos de dança. A Suíça é sede do Prêmio de LausanneLink externo, uma competição internacional para jovens dançarinos emergentes.
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