Até agora, o famoso arquiteto, nascido em 1887 em La Chaux-de-Fonds sob o nome de Charles-Edouard Jeanneret, é mais lembrado na Suíça pelos seus óculos, bem presentes na nota de 10 francos. Uma homenagem do banco central suíço.
“Uma maravilhosa homenagem de 5 X 2 tostões”, brinca o artista Plonk, também de La Chaux-de-Fonds, que sabe que a Suíça levou bastante tempo para reconhecer o gênio de um dos maiores artistas suíços do século XX. “É um hábito daqui. A Suíça só reconhece seus artistas depois que eles são reconhecidos no exterior”, acrescenta Replonk, seu parceiro na dupla “Plonk & Replonk”.
Nicolas Verdan, escritor de Vevey – cidade conhecida por ser sede mundial da Nestlé – concorda com os artistas do cantão de Neuchâtel. Autor do livro “Saga, Le Corbusier”, da editora Campiche, Verdan conta: “a Suíça manteve à distância seu famoso arquiteto durante muito tempo, e o mesmo fez Le Corbusier com seu país natal. É possível perceber isso através de suas memórias e anotações particulares. Em sua boca, a palavra ‘Suíça’, por exemplo, estava sempre acompanhada de considerações críticas ou desesperançadas. Sua terra natal é sinônimo de fracasso para ele. E sua frustração só aumenta, quando lhe negam o projeto do Palais des Nations, em Genebra”.
No entanto, Le Corbusier não abandona a Suíça. Seu apego a este país não estava necessariamente ligado a suas realizações, muito mais colossais no exterior (a cidade de Chandigarh, na Índia), do que na Suíça (o edifício “Clarté”, em Genebra; a “Maison Blanche”, em La Chaux-de-Fonds).
Na verdade, seu apego à sua terra deve-se a sua mãe, outra pátria que ele volta a ver regularmente, “movido por uma necessidade irreprimível de mostrar que ele é o melhor, digno, em todos os casos, dos contratos ganhos em todo o mundo”, conta Nicolas Verdan.
Adaptação: Fernando Hirschy
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