Küng faleceu na cidade alemã de Tübingen, onde vivia e dava palestras desde os anos 1960, e a notícia foi anunciada pela sua Fundação por uma Ética Global (Global Ethic FoundationLink externo) na terça-feira.
Ele adquiriu uma reputação como escritor prolífico, promovendo o diálogo entre as religiões, bem como desafiando o Vaticano, notadamente por suas opiniões controversas sobre a infalibilidade papal.
Küng foi um dos teólogos mais jovens a aconselhar os bispos no Concílio Vaticano na década de 1960. Ele perdeu sua licença para lecionar em universidades católicas em 1979 por causa de suas freqüentes críticas sobre questões como o celibato sacerdotal, a política da Igreja sobre governança, liturgia, controle de natalidade, aborto e casamentos mistos, assim como a proibição de sacerdotes mulheres.
Küng freqüentemente expressou apoio público às demandas das organizações de base e apelou por mais democracia na igreja.
Mais tarde, ele se tornou professor de teologia ecumênica em Tübingen até sua aposentadoria em 1996. Küng permaneceu como padre católico e em 2011 ele foi co-fundador da Global Ethic Foundation.
Ele também recebeu inúmeros doutorados honorários de universidades dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, bem como prêmios e honrarias, com destaque para o prêmio da cultura suíça de 1991.
‘Idealista sem ilusões’
Os líderes e personalidades da Igreja na Suíça e na vizinha Alemanha prestaram homenagem a Küng como um reformador rebelde, genuíno e de forte caráter.
Seus críticos o consideravam brilhante, excessivamente eloquente e desrespeitoso.
Em seu obituário, o New York Times citou Küng como “um idealista sem ilusões”, mencionando uma célebre frase em que se auto-definia: “eu não tenho um otimismo fácil, mas uma séria esperança”.
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