Leitores da SWI são otimistas em relação à Ucrânia
Por que você acredita na democracia? Foi o que perguntamos aos leitores e leitoras da swissinfo.ch Recebemos respostas variadas, algumas conclusivas, outras provocativas.
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Nossos leitores refletiram sobre o futuro da democracia. A questão não foi formulada de maneira neutra, pois nosso objetivo era estimular a reflexão sobre o tema. Como esperado, recebemos muitas respostas, inclusive algumas expressando descontentamento.
MARCO 46, escrevendo em italiano, menciona um “cansaço evidente da democracia”, culpando os cidadãos mais do que as instituições. Segundo ele, muitos prefeririam “viajar para países exóticos” a se engajar politicamente “sem receber compensação financeira”. Em uma sociedade acomodada, os regimes autoritários são, infelizmente, vistos como mais atraentes do que a “entediante” democracia, em sua opinião.
Crença nas instituições
Rafiq Tschannen, que escreve em inglês, mostra-se otimista em relação à Suíça, diferentemente da democracia global. Para ele, os políticos agem taticamente, buscando votos, ao invés de se basearem em “programas reais”.
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Por que as pessoas na Suíça confiam no Estado
Outros comentários oferecem uma perspectiva crítica mais detalhada. Por exemplo, Giacomo Notrevo menciona que os plebiscitos em Genebra resultam em decisões “nebulosas” e, como suíço residente na Itália, acha “extremamente demorado” informar-se profundamente sobre os temas em discussão. “Não é surpresa que a taxa de participação nesses plebiscitos seja baixa.”
Ele também enfrentou dilemas semelhantes nas eleições federais de 2023, com inúmeras listas de candidatos à disposição.
Leitores pessimistas
Alguns veem razões para o pessimismo. As mídias internacionais apelidaram 2024 de “superano das eleições”, mais pelo número de eleitores envolvidos do que pelo estado da democracia nos países em questão.
Muitas eleições ocorrem em locais com instituições fragilizadas, onde o resultado muitas vezes é previsível, favorecendo ditadores de longa data. Na Rússia, por exemplo, o resultado era conhecido antes mesmo da realização das eleições.
Apesar disso, perguntamos aos leitores sobre seu otimismo, e eles responderam…
Democracia na Ucrânia
A democracia não será esquecida, especialmente nos países onde ela é inexistente ou ameaçada pela onda antidemocrática. Isso, segundo Fjodor Tschernikow, que escreve em russo, é motivo para otimismo. Para ele, o apelo da democracia permanece intacto.
Aparentemente falando como ucraniano, ele afirma: “O futuro da democracia é a vida. Isso é mais evidente na Ucrânia. Somos naturalmente otimistas e desejamos aprimorar a sociedade em busca da democracia.”
Na Ucrânia, a maioria conhece o valor da democracia e distingue-a de suas imitações, segundo Tschernikow. No seu país, a guerra ameaça direitos recentemente adquiridos. No entanto, ele acredita que “até mesmo a aparência de democracia, de alguma forma, conduz à sua implementação real”. Para ele, a democracia se imporá a longo prazo, mesmo que inicialmente pareça apenas uma declaração vazia. Esse é seu ponto de vista: “Será, provavelmente, uma tarefa para várias gerações” nas chamadas democracias de fachada.
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“Democracia é um ideal difícil de ser alcançado”
Democracia resiliente
O usuário “Gagatang1”, escrevendo em chinês, quer esclarecer um ponto: “A sociedade é imperfeita porque os seres humanos são imperfeitos”. Assim, construir um paraíso é uma utopia ou uma armadilha marxista. A brutalidade das ditaduras precisa ser vivenciada para ser plenamente compreendida.
A experiência vivida pelo leitor termina em ponderação: “Como sistema político, a democracia prova ser superior a outros sistemas, estando em constante evolução. “Decisões democráticas podem ser equivocadas, mas o sistema democrático permite sua correção.”
As reflexões de Peter, que escreve em francês, seguem uma linha de pensamento similar: “Minha razão para o otimismo está no fato de que as democracias possuem a coragem e a transparência para reconhecer e assumir responsabilidades por seus erros.” É exatamente “a sua capacidade de resiliência diante das próprias falhas que inspira muitos.”
A inspiração para refletir sobre a democracia vem também de muitas outras contribuições dos leitores, que não puderam ser incluídas neste artigo. Convidamos a continuação da discussão, enviando-nos suas opiniões.
Edição: Balz Rigendinger
Adaptação: Alexander Thoele
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