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Dinossauro ‘muito raro’ é descoberto no Brasil

Foto de 26 de outubro de 2021 do Museu Nacional do Rio de Janeiro mostra os fósseis de uma nova espécie de dinossauro descoberta em Cruzeiro do Oeste afp_tickers

O Museu Nacional do Rio de Janeiro anunciou nesta quinta-feira (18) a descoberta de uma nova espécie de dinossauro “muito raro”, um terópode “sem dentes” que viveu entre 70 e 80 milhões de anos atrás no sul do Brasil.

Batizada de ‘Berthasaura leopoldinae’, essa espécie de dinossauro terópode (bípede), de pequeno porte com aproximadamente 1 metro de comprimento e 80 centímetros de altura, foi identificada após análise de um conjunto de fósseis encontrados no município de Cruzeiro do Oeste, no estado do Paraná, entre 2011 e 2014.

Segundo nota do Museu Nacional, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “o que torna esse dinossauro genuinamente raro, é o fato de ser um terópode desprovido de dentes, o primeiro encontrado no país”.

O estudo, feito em parceria com o Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Cenpaleo), foi publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature.

O diretor do Museu Nacional da UFRJ, o paleontólogo Alexander Kellner, destacou o bom nível de conservação dos fósseis encontrados.

“Temos restos do crânio e mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores, o que torna “Bertha” um dos dinos mais completos já encontrados no período Cretáceo brasileiro”, explicou Kellner em entrevista coletiva.

Os paleontólogos destacaram que o fato de ‘Bertha’ não ter dentes foi “uma verdadeira surpresa” que levantou dúvidas sobre sua dieta.

“Esse aspecto do dente evoca o questionamento sobre o tipo de dieta do animal. Isso não quer dizer que por não ter dentes ele não pode comer carne, já que muitas aves, como o falcão e o urubu, o fazem. O mais provável é que fosse um animal onívoro, já que o ambiente era inóspito e ele precisava aproveitar o que tinha disponível”, declarou Geovane Alves Souza, aluno de doutorado da UFRJ e um dos autores do estudo.

‘Berthasaura leopoldinae’ foi assim batizada em homenagem a Bertha Lutz, cientista brasileira intimamente ligada ao Museu Nacional, à Imperatriz Maria Leopoldina, esposa do Imperador Pedro I do Brasil, por seu papel como promotora do estudo das ciências naturais, e a escola de samba Imperatriz Leopoldinense.

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